Audiência com Marcos Pontes é adiada

12/09/2019 11h12

Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Audiência com Marcos Pontes é adiada

Marcos Pontes será novamente convidado a dar explicações sobre a demissão do ex-diretor do Inpe

O ministro passou mal ontem à noite. A comissão marcará nova data para ouvi-lo

 

12/09/2019 - 10:47  

 

Por problemas de saúde, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, não pôde comparecer nesta quinta-feira (12) à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a exoneração de Ricardo Galvão da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Uma nova reunião para ouvir o ministro deverá ser remarcada após sua plena recuperação.

 

Pontes foi internado na noite de quarta-feira (11) no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília. Ele seria ouvido em audiência pública conjunta das comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia.

“Eu torço muito pela pronta recuperação dele, tenho um carinho especial, até porque ele é da minha terra inclusive, mas, além da discussão política, espero que a gente faça também um debate técnico, porque nós podemos levar um susto no final do ano com os números do desmatamento no País”, disse o presidente da comissão de Meio Ambiente, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), que presidia os trabalhos.

Segundo ele, os números do desmatamento na Amazônia podem passar de 11 mil quilômetros quadrados e não devem ser contestados. “No ano passado foram 3 mil quilômetros quadrados. É assustador”, completou.

Exoneração
Órgão responsável pelos sistemas de monitoramento da Amazônia, o Inpe apontou em agosto um aumento de 44,7% no desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, nos estados do Pará e do Mato Grosso, nos meses de maio e junho em comparação com o mesmo período de 2018.

Após a divulgação, o presidente Jair Bolsonaro criticou o Inpe e disse que os dados sobre desmatamento fazem "campanha contra o Brasil" e estariam “a serviço de alguma ONG”. Por meio da imprensa, Galvão defendeu o caráter científico das informações e chamou Bolsonaro de covarde.

Após as declarações, Galvão foi exonerado oficialmente no dia 7 de agosto.

 

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Natalia Doederlein

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