Amazônia debate denúncias de sucateamento do Sipam
02/08/2007 09h00
A suposta fragilidade do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) será tema de audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional na volta do recesso parlamentar. Segundo denúncias publicadas segunda-feira (30) no jornal O Globo, os equipamentos do sistema estão sucateados e não há repasse de informações para as autoridades policiais sobre o narcotráfico na região.
Esses problemas estariam evidenciados no apagão do último dia 21 do Cindacta-4, em Manaus, que causou mais transtornos no sistema aéreo brasileiro. Os radares do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), que fez parte do Sipam, são a base do Cindacta-4.
"Eles não repassam para nós nenhuma informação sobre aeronaves clandestinas. Nunca repassaram", disse ao jornal carioca o delegado Mauro Spósito, coordenador de Operações Especiais de Fronteira da Polícia Federal. Spósito afirmou ao jornal que a frota do narcotráfico "circula livremente na região" e os aviões interceptados são conseqüência da própria investigação da PF. Para o policial, o modelo é o mesmo "antiquado e ineficaz" que existia antes do Sivam.
"São denúncias graves. O parlamento brasileiro tem o dever de cobrar explicações de todos os setores envolvidos no processo. Afinal, trata-se de um projeto estratégico para a região no qual o governo investiu um montante considerável de recurso. Por isso vamos convidar para a audiência os representantes da PF, do Sipam, Cindacta e da Defesa", disse a presidente da Comissão da Amazônia, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que vai oficializar a solicitação de audiência na próxima quarta quando o Congresso retornar do recesso.
Por falta de três aviões de vigilância que foram levados para a Base Aérea de Anapólis, em Goiás, o delegado Spósito afirmou que os radares do Sivam não conseguem identificar aeronaves abaixo de seis mil pés de altura, o que estaria facilitando o trânsito de aeronaves de traficantes. "Temos bloqueado o tráfico pelos rios, mas não pudemos fazer o mesmo em relação ao espaço aéreo", diz Spósito.
A reportagem do O Globo ainda ouviu comandantes militares que confirmaram as denúncias. Um deles declarou que o Sivam não dispõe de recursos para manutenção de radares. Muitos equipamentos também estariam abandonados na floresta. "Não há dinheiro para nada. As estruturas estão sucateadas. Tem radares abandonados no meio do mato. Estou muito preocupado. O Sipam, que era voltado especialmente para a proteção do meio ambiente, está realmente comprometido em relação ao que imaginávamos", disse um general ao jornal, que não se identificou.
Edição: Samuel de Souza
Esses problemas estariam evidenciados no apagão do último dia 21 do Cindacta-4, em Manaus, que causou mais transtornos no sistema aéreo brasileiro. Os radares do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), que fez parte do Sipam, são a base do Cindacta-4.
"Eles não repassam para nós nenhuma informação sobre aeronaves clandestinas. Nunca repassaram", disse ao jornal carioca o delegado Mauro Spósito, coordenador de Operações Especiais de Fronteira da Polícia Federal. Spósito afirmou ao jornal que a frota do narcotráfico "circula livremente na região" e os aviões interceptados são conseqüência da própria investigação da PF. Para o policial, o modelo é o mesmo "antiquado e ineficaz" que existia antes do Sivam.
"São denúncias graves. O parlamento brasileiro tem o dever de cobrar explicações de todos os setores envolvidos no processo. Afinal, trata-se de um projeto estratégico para a região no qual o governo investiu um montante considerável de recurso. Por isso vamos convidar para a audiência os representantes da PF, do Sipam, Cindacta e da Defesa", disse a presidente da Comissão da Amazônia, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que vai oficializar a solicitação de audiência na próxima quarta quando o Congresso retornar do recesso.
Por falta de três aviões de vigilância que foram levados para a Base Aérea de Anapólis, em Goiás, o delegado Spósito afirmou que os radares do Sivam não conseguem identificar aeronaves abaixo de seis mil pés de altura, o que estaria facilitando o trânsito de aeronaves de traficantes. "Temos bloqueado o tráfico pelos rios, mas não pudemos fazer o mesmo em relação ao espaço aéreo", diz Spósito.
A reportagem do O Globo ainda ouviu comandantes militares que confirmaram as denúncias. Um deles declarou que o Sivam não dispõe de recursos para manutenção de radares. Muitos equipamentos também estariam abandonados na floresta. "Não há dinheiro para nada. As estruturas estão sucateadas. Tem radares abandonados no meio do mato. Estou muito preocupado. O Sipam, que era voltado especialmente para a proteção do meio ambiente, está realmente comprometido em relação ao que imaginávamos", disse um general ao jornal, que não se identificou.
Edição: Samuel de Souza