Secretário do Tesouro: ainda não há definição sobre cortes no orçamento

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, evitou falar de cortes no Orçamento da União ou elevação de impostos para aumentar a arrecadação, ao participar nesta quarta-feira (3) de reunião fechada na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados. "Não há ainda definição [sobre o assunto]", disse.
04/07/2013 10h20

Augustin disse que o governo está permanentemente analisando a evolução das contas para tomar decisões sobre mudança no Orçamento. Em maio, o governo decidiu bloquear gastos de R$ 28 bilhões no Orçamento de 2013.

Ele informou que o governo está elaborando o novo decreto de programação orçamentária, a ser anunciado no próximo dia 22. “Até lá nós estamos fazendo análises dos indicadores, das receitas e das despesas etc. Então, não há uma definição sobre isso.” O secretário reiterou que o novo sistema orçamentário impõe que, de dois em dois meses, faça-se um decreto de programação. “Não há ainda definição. Quando houver nós vamos informar”, disse.

Evolução no segundo semestre
O secretário reafirmou que as receitas do governo têm apresentado uma boa evolução e que a expectativa para o segundo semestre é de um crescimento ainda maior. “É um processo. Os indicadores da economia [e um conjunto de elementos] interferem na receita, por isso fazemos uma reavaliação de dois em dois meses. No momento nós estamos fazendo a reavaliação para julho”, reiterou.

Perdas de receita
Sobre a elevação de impostos para compensar eventuais perdas de receita, Arno Augustin disse que a política tributária é analisada a cada momento. Ele lembrou a recente mudança nas desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no caso de móveis e eletrodomésticos da linha branca. “Não foi mantida a totalidade das desonerações: só uma parte. Esse tipo de acomodação está sempre sendo feita. Reitero que nós vamos fazer análise do decreto ao longo dos próximos dias e no dia 22 vamos editar um novo”.

Meta de superávit
Augustin também defendeu a manutenção da meta de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 110,9 bilhões, para todo o setor público. Ele lembrou, porém, que a manutenção da meta depende da análise de diversos fatores. “Tanto de política de crescimento econômico, quanto da própria situação fiscal. Essa é a análise que fizemos. Não há a expectativa de mudança. Nós trabalhamos com 2,3% e vamos continuar trabalhando com 2,3%”, disse.

Em maio, o aumento da arrecadação e o pagamento de dividendos de estatais fizeram o superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – bater recorde. Segundo números divulgados pelo Tesouro Nacional, o Governo Central – formado pelo Tesouro Nacional, pela Previdência Social e pelo Banco Central – economizou R$ 5,957 bilhões no mês passado. O resultado é 233,7% maior que o registrado em maio de 2012 e recorde para o mês.

Da Redação - RCA
Com informações da Agência Brasil