Mantega apresenta números otimistas para o crescimento do País
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira que, como tem acontecido há dez anos, neste ano a inflação também não vai ultrapassar o teto do sistema de metas, que é de 6,5%. O ministro participou do seminário Brasil Novo promovido por quatro comissões da Câmara dos Deputados.
"Neste ano, tivemos uma pressão inflacionária adicional por causa da falta de chuvas no início do ano; o que afetou algumas safras agrícolas, afetou alguns hortifrutigranjeiros. Então houve uma pressão inflacionária em março, localizada em março e em uma parte de abril; de modo que a inflação teve uma elevação, mas a boa notícia é que nós já estamos na descendente desse processo inflacionário", explicou Mantega.
O ministro afirmou que o crescimento econômico neste ano deve ser de 2,3%; mas que, a partir de 2015, o País voltará a crescer mais, chegando a 4% em 2016. Isso porque, segundo o ministro, a crise financeira internacional, que começou em 2008, está no seu final.
Mantega lembrou que, no período da crise, o Brasil cresceu 17,7%, enquanto outros países não cresceram nada ou cresceram muito pouco. Ele considerou como ganho permanente, e mais importante, a geração de mais de 20 milhões de empregos desde 2003. Para este ano, é esperada a criação de 1 milhão de empregos.
Outro dado que reforça a solidez do País, de acordo Mantega, é o fato de o Brasil estar sempre entre os cinco países que mais recebem investimentos estrangeiros diretos. Como desafios para o futuro, o ministro da Fazenda afirmou que é preciso investir em infraestrutura e inovação.
Alianças futuras
Já o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges Lemos, ressaltou que, nos próximos meses, o Brasil, por meio do Mercosul, deverá fazer uma oferta de acordo comercial com a União Europeia. Segundo ele, o governo também quer incrementar a integração produtiva com os países da América do Sul e da África.
"O ideal para o Brasil seria que, a partir de 2016, nós estivéssemos já cursando uma zona de livre comércio com toda a América do Sul e iniciar um processo definitivo de acordo comercial com o México que vá além do acordo de complementaridade econômica atual, que é apenas no setor automotivo."
Os representantes do empresariado urbano e rural, porém, levantaram vários obstáculos ao crescimento como a estrutura tributária complexa, a burocracia e a falta de regulamentação de pontos importantes como a terceirização do trabalho.
O seminário, que continua nesta tarde, é promovido pelas comissões de Finanças e Tributação; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Constituição, Justiça e de Cidadania; e pela Comissão Especial do Novo Código Comercial.
Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição – Natalia Doederlein