Representante de autores rebate crítica a livro didático
22/11/2007 20h40
O presidente da Associação Brasileira de Autores de Livros Educativos, José de Nicola Neto, rebateu nesta quinta-feira as críticas da imprensa ao livro didático Projeto Araribá - História - Ensino Fundamental - 8, usado na rede pública de ensino. Segundo ele, o artigo em que o jornalista Ali Kamel acusou o livro de fazer propaganda política do PT e do socialismo tem falhas, pois omitiu trechos que criticam o socialismo real. Nicola Neto participou de audiência pública da Comissão de Educação e Cultura sobre os critérios de inclusão de títulos no Guia do Livro Didático do Ministério da Educação.
"O artigo é absolutamente desinformado. Ele [Kamel] pegou o que o interessava e desconsiderou o resto. Ele reproduziu uma tabela do livro didático, comentou duas colunas e ignorou a terceira que fazia críticas ao socialismo", disse Nicola Neto. A comissão vai insistir no convite a Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo, para que esclareça o artigo, publicado em outubro. Kamel enviou mensagem à comissão alegando que não poderia participar da audiência desta quinta por motivo de viagem.
Ideologia
O dirigente afirmou que a abordagem da imprensa sobre essa episódio causou estranheza na categoria, que "condena qualquer tipo de doutrinação e ideologia político-partidária". Segundo ele, outros jornalistas reproduziram o artigo de Kamel sem se preocuparem em ler o livro.
Nicola Neto alegou que, apesar das falhas na reportagem, é natural os autores colocarem seus valores e a sua ideologia nos livros didáticos. "O autor tem que fazer opções pedagógicas, opções por uma determinada filosofia de educação", disse. "Essa escolha é ideológica porque é uma opção, mas ideologia é um conjunto de valores que todos temos. Tudo que fazemos tem ideologia, mas isso não é doutrinação. A educação tem de ser tratada de forma suprapartidária, republicana", completou.
Busca do contraditório
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Daniel Balaban, disse que o professor tem o papel de buscar o contraditório em sala de aula. "Muitos historiadores ainda colocam em livros didáticos que em 1964 houve uma revolução. E outros dizem que houve um golpe militar. Quem está correto? Cada um tem sua linha porque a História é analisada do ponto de vista do autor", afirmou. Segundo ele, o mais importante é haver vários livros, de várias linhas, como parte do processo democrático.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE), um dos autores do requerimento para a realização da audiência, criticou o jornalista Ali Kamel, afirmando que ele fez afirmações levianas e não assumiu os seus erros.
Reportagem - Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição - João Pitella Junior
Agência Câmara
"O artigo é absolutamente desinformado. Ele [Kamel] pegou o que o interessava e desconsiderou o resto. Ele reproduziu uma tabela do livro didático, comentou duas colunas e ignorou a terceira que fazia críticas ao socialismo", disse Nicola Neto. A comissão vai insistir no convite a Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo, para que esclareça o artigo, publicado em outubro. Kamel enviou mensagem à comissão alegando que não poderia participar da audiência desta quinta por motivo de viagem.
Ideologia
O dirigente afirmou que a abordagem da imprensa sobre essa episódio causou estranheza na categoria, que "condena qualquer tipo de doutrinação e ideologia político-partidária". Segundo ele, outros jornalistas reproduziram o artigo de Kamel sem se preocuparem em ler o livro.
Nicola Neto alegou que, apesar das falhas na reportagem, é natural os autores colocarem seus valores e a sua ideologia nos livros didáticos. "O autor tem que fazer opções pedagógicas, opções por uma determinada filosofia de educação", disse. "Essa escolha é ideológica porque é uma opção, mas ideologia é um conjunto de valores que todos temos. Tudo que fazemos tem ideologia, mas isso não é doutrinação. A educação tem de ser tratada de forma suprapartidária, republicana", completou.
Busca do contraditório
O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Daniel Balaban, disse que o professor tem o papel de buscar o contraditório em sala de aula. "Muitos historiadores ainda colocam em livros didáticos que em 1964 houve uma revolução. E outros dizem que houve um golpe militar. Quem está correto? Cada um tem sua linha porque a História é analisada do ponto de vista do autor", afirmou. Segundo ele, o mais importante é haver vários livros, de várias linhas, como parte do processo democrático.
O deputado Fernando Ferro (PT-PE), um dos autores do requerimento para a realização da audiência, criticou o jornalista Ali Kamel, afirmando que ele fez afirmações levianas e não assumiu os seus erros.
Reportagem - Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição - João Pitella Junior
Agência Câmara