Órfãos poderão ter direito a ensino profissionalizante
A Câmara analisa o Projeto de Lei 2475/07, que garante aos adolescentes
que vivem em abrigos o direito de serem matriculados em cursos
profissionalizantes e fazerem estágios em órgãos governamentais ou
empresas privadas, além da freqüência no ensino regular. Segundo a
proposta, do deputado Walter Brito Neto (PRB-PB), a matrícula será de
responsabilidade dos diretores das instituições responsáveis pelos
adolescentes e a vaga deverá ser garantida pelas escolas e empresas que
ofereçam o estágio.
O
projeto determina o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA - 8069/90). O ECA estabelece que a criança e o adolescente têm
direito à educação, visando ao seu pleno desenvolvimento, preparo para
o exercício da cidadania; e qualificação para o trabalho. Uma das
garantias asseguradas pelo estatuto é a igualdade de condições para o
acesso e a permanência na escola. O ECA considera como adolescente
pessoa entre 12 e 18 anos.
A lei garante ao adolescente o
direito à aprendizagem, que representa a formação técnico-profissional,
com garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular,
atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente e horário
especial para o exercício das atividades. Os adolescentes menores de 14
anos têm direito a receber pagamento na forma de bolsa de aprendizagem.
Já os maiores de 14 anos têm todos os direitos trabalhistas e
previdenciários assegurados.
Inserção positiva
O
parlamentar, no entanto, salienta a necessidade da efetiva
implementação desses direitos. Na sua opinião, o adolescente que foi
privado do convívio familiar deve ter instrumentos necessários para se
inserir no mercado de trabalho, melhorar sua auto-estima e contribuir
para o bem-estar social. "Os jovens necessitam ter garantida, além da
educação regular, a profissionalização, como um instrumento de inserção
positiva na sociedade", pondera.
Brito Neto considera que a
medida é uma forma de evitar que adolescentes sem apoio familiar tenham
oportunidades de envolver-se em atividades de risco pessoal e social.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo
nas comissões de Educação e Cultura; de Trabalho, de Administração e
Serviço Público; de Seguridade Social e Família; e de Constituição e
Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
Reportagem - Adriana Resende/JPJ
Colaboração - Soraya Utsumi
Agência Câmara