Deputados homenageiam professores e defendem piso nacional

15/10/2007 21h00

Ao abrir a sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, comemorado hoje, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, lamentou um fato denunciado por matéria publicada na imprensa no final de semana: os professores da rede pública de São Paulo recebem salários 39% menores do que os do Acre. Pela diferença de riqueza e arrecadação de impostos entre os dois estados, a situação deveria ser o contrário, na avaliação de Chinaglia. Ele citou estudo da Unesco segundo o qual apenas a Indonésia e o Peru, entre 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento, pagam salários mais baixos aos professores do que o Brasil, onde o salário médio representa apenas metade do existente nos vizinhos Uruguai e Argentina. <br />
<br />
Segundo o presidente, para que o sistema educacional possa ter uma melhoria imediata, será necessária a combinação de salários mais justos com a boa formação continuada dos profissionais. Ele lembrou que isso passa pela discussão sobre o piso nacional para os professores; por uma reforma curricular; e por recursos para a formação continuada, todos temas que têm sido discutidos pela Câmara. <br />
<br />
Empenho dos educadores <br />
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), uma das autoras do requerimento para a sessão solene, destacou o sacrifício dos educadores brasileiros, que enfrentam dupla ou tripla jornada de trabalho, salas superlotadas e a violência que ronda as escolas. Além disso, ela lembrou que, na zona rural, muitos têm de caminhar quilômetros todos os dias até chegar às escolas, &quot;mas sempre sem perder a esperança, o encanto e a capacidade de lutar&quot;. <br />
<br />
De acordo com a deputada, que foi relatora do Fundeb, o segundo mandato do presidente Lula foi marcado pelo movimento Todos pela Educação e pelo lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), &quot;um conjunto de medidas ousadas que visam a expansão, o fortalecimento e a melhoria da qualidade da educação&quot;. Ela citou como conquista importante dos professores a aprovação, pela Comissão de Educação e Cultura, do piso salarial de R$ 950 para uma jornada máxima de até 40 horas (substitutivo aos projetos de lei 7431/06 e 619/07). <br />
<br />
Categoria organizada <br />
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), também autor do pedido de homenagem, manifestou otimismo em relação à educação, apesar dos problemas. Segundo ele, nos últimos 30 anos os professores foram a categoria que mais se organizou no País e a presença de várias entidades e parlamentares dispostos a defender o setor é &quot;uma afirmação de otimismo&quot;. <br />
<br />
Denunciar e criticar a situação atual, afirmou o deputado, não impede a celebração de uma profissão tão importante, pois a tarefa de educar é um elemento de libertação. &quot;O lamento, a partir da crítica, transforma-se em luta por melhores condições de trabalho, de salário e de ensino&quot;, avaliou Chico Alencar. <br />
<br />
O presidente da Comissão de Educação, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), afirmou que a Câmara melhorou muito o texto original enviado pelo governo federal para elaborar o Fundeb, pois tornou o fundo um instrumento confiável de financiamento de longo prazo. <br />
<br />
Também prestaram homenagem aos professores os deputados Carlos Abicalil (PT-MT), Nilmar Ruiz (DEM-TO), João Maia (PR-RN), Pedro Wilson (PT-GO) e Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO). <br />
<br />
Reportagem - Marcello Larcher <br />
Edição - Rosalva Nunes <br />
<br />
<br />
Agência Câmara <br />
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852 <br />
Fax. (61) 3216.1856 <br />
E-mail:agencia@camara.gov.br