Câmara faz homenagem aos 100 anos da morte do escritor Euclides da Cunha
Em um esforço conjunto da Comissão de Educação e Cultura, Museu da Câmara, Espaço Cultural, Consultoria Legislativa e Departamento Técnico, a Câmara dos Deputados presta homenagem aos 100 anos de morte de Euclides da Cunha, um dos mais importantes escritores brasileiros. 38 painéis com trechos de sua obra-prima Os Sertões e reproduções de telas do artista plástico Otoniel Fernandes Neto, retiradas do livro Os Sertões, Fragmentos e Pinturas, de sua autoria, ocuparão os dois lados do corredor onde, por dia, transitam 10 mil pessoas em média.
A exposição, que mereceu a cuidadosa curadoria da servidora Rosalina Neves de Assis e a expografia de Ely Borges, foi motivada pela homenagem que lhe faz também a Academia Brasileira de Letras, que transformou o ano de 2009 em o Ano Euclides da Cunha.
A mostra foi aberta oficialmente nesta quarta-feira, dia 12 de agosto, às 11 horas, no Hall da Taquigrafia. Poderá ser visitada até dia 21 de agosto, de segunda a domingo, das 9 às 18 horas. A censura é livre e a entrada, franca. Mais informações pelos ramais 5-8080 e 5-8081.
Engenheiro, jornalista escritor e professor, Euclides da Cunha, que em 1987 era correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, foi enviado para Canudos/BA para reportar a revolta que lá ocorria. Foi esta série de artigos que deu origem ao livro Os Sertões, que foi concluído em São José do Rio Pardo/SP, onde o escritor morou até 1901. Com a repercussão alcançada com Os Sertões, o escritor foi eleito em 1903 para a Academia Brasileira de Letras. Nascido em Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro, morreu em 15 de agosto de 1909, aos 43 anos de idade, assassinado pelo militar Dilermando de Assis, que era amante de sua mulher, Ana.
Otoniel Fernandes
O artista plástico Otoniel Fernandes Neto, motivado pela leitura de Os Sertões, fez, a partir de 1995, uma expedição à região de Canudos que resultou na volumosa obra temática, composta por 50 pinturas inspiradas no livro de Euclides da Cunha. Entre 1996 e 1997, no Centenário da Guerra de Canudos, essas pinturas foram apresentadas em exposição itinerante pelo País, e foram catalogadas no livro de arte Os Sertões, Fragmentos e Pinturas. A obra foi publicada pela Francisco Alves Editora – RJ, sob o patrocínio da Volkswagen. A coleção de pinturas influenciou profundamente o filme do diretor Sérgio Resende sobre a revolta de Canudos. A exposição foi comprada pela Nestlé e doada ao Museu da Casa Euclidiana, de São José do Rio Pardo/SP, onde está em exibição permanente. Segundo Walnice Galvão, maior especialista em Euclides da Cunha, as pinturas de Otoniel "...são carregadas de lirismo que provocam no espectador uma empatia com paisagens e personagens...".
Fonte: REVISTA DA CASA/CD