Moçao de louvor a Gilberto Gil
Queremos fazer “...a louvação, louvação, louvação! (de quem) deve ser louvado, ser louvado, ser louvado!” Quem merece esses louvores é o baiano por acidente, brasileiro por adoção e cidadão universal por cantoria, Gilberto Gil.
A exaltação não tem as tintas barrocas do exagero, ela descreve, na verdade, de forma sucinta um dos artistas mais amados de nossos tempos, seja na quentura soteropolitana, seja na jazzística Montreaux, seja em cada coração que se renda ao suingue de seu repertório.
Um dos pilares do sucesso do nosso homenageado está em que ele nunca ficou “Esperando na janela” para ver o “Expresso 2222” ou a “Procissão” passarem. Pelo contrário, Gil sempre se forçou a buscar novos caminhos e sonoridades. É um artista em constante “Refazenda”, sempre “refazendo tudo”. Atemporal que é, seu tempo é “Tempo rei! Oh, tempo rei! Oh, tempo rei! Transformai as velhas formas do viver”.
E agora no “Tempo real” dos 70 anos, a reinvenção continua. Gilberto Gil reinventa Luiz Gonzaga ao dar colorida roupagem aos saborosos quitutes musicais do “Rei do Baião”. E Gil surpreende cativando novas plateias, repletas de jovens, em seus giros por todo o mundo. É o triunfo da arte da música sobre a mosca azul da política.
Ambas são igualmente necessárias: a boa música e a boa política. O que as difere é que para esta exige-se talento; para aquela, o gênio, que acode desde o berço a muito poucos. E Gil é um desses poucos. Pouquíssimos, aliás. Daí porque ter cedido à sua voz interior e aos apelos de milhões de admiradores, voltando a dedicar-se exclusivamente à sua insuperável arte. Não que tenha decepcionado na arena política, pelo contrário. Nesta também deixou sua marca. Mas se nela serviu a seu povo, na outra o tem encantado!
Vida longa a Gilberto Gil, patrimônio sonoro da humanidade! Aos setenta, ainda há o que tentar, pois para Gil “Andar com fé eu vou, minha fé não costuma faiá”.
Sala das Sessões, 4 de julho de 2012.
Deputado Newton Lima
Presidente