Inclusão escolar de autistas é tema em Audiência Pública da Comissão
O tema da Audiência Pública, do dia 9 de Setembro, foi a permanência e a aprendizagem das crianças, jovens e adultos autistas no sistema escolar regular. Este debate foi realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência em parceria com a Comissão de Educação.
O principal objetivo da reunião foi discutir o motivo pelo qual os alunos que conseguem vagas em escolas especiais não permanecem nelas? Por que, no Brasil, demora-se tanto para inserir, nas escolas, um aluno com autismo.
Para a Presidente da Associação Brasileira de Autismo (ABRA), Sra. Marisa Furia Silva, o maior problema é a falta de informação sobre as leis relacionadas aos direitos das pessoas com deficiência. "Se as crianças forem atendidas desde a creche, mesmo tendo problemas futuros, obterão melhor desenvolvimento na vida adulta", alega a Presidente. “Com a educação precoce, os autistas conseguirão seguir o currículo escolar com maior facilidade”, disse ela.
A falta de preparo dos acompanhantes é preocupante: “os acompanhantes também são uma preocupação, já que em sua maioria não estão capacitados a ajudar crianças com tal transtorno”, afirmou Marisa Furia. A Sra. Renata Tibyriçá; - Defensora Pública do Estado de São Paulo e Vencedora do 7º Prêmio Orgulho Autista 2011, concorda com a Presidente e complementa “Não adianta apenas matricular os autistas e deixá-los no fundo da sala brincando de lego! Para que o aluno evolua é preciso que ele interaja com os demais alunos, é de extrema importância que a escola disponha de profissionais qualificados”.
A Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Estado do Amapá (AMA-AP), Sra. Jani Betânia Souza Capiberibe, levantou a questão da falta de laudos necessários para a realização das matriculas dos alunos nas escolas especializadas. “O pior não é ter apenas uma neuropediatra no estado, mas não ter nenhum psiquiatra infantil”, afirmou ela. “Temos alunos que passam a maior parte da infância sem estudar e sem ser incluído na escola por falta de médicos para fornecer os laudos”, finalizou Jani Betânia.
Cristiane da Silva Barbosa; Psicopedagoga e membro da Associação Santanense dos Deficientes do Amapá (ASSANDE), afirmou que o objetivo da associação é instruir os pais sobre como garantir a vaga de seus filhos nas escolas, pois muitos deles não sabem nem que existem leis que garantem a inclusão escolar. “Quando eles não conseguem vagas, não buscam a justiça, orientamos quanto a isso”, disse Cristiane.
Outro ponto questionado pelos participantes foi a falta de emprego para adultos com autismo. Ainda não existe um programa que os preparem para que sejam introduzidos no mercado de trabalho após o período de estudo.
O objetivo da audiência foi conscientizar a população sobre o que é o autismo e o que pode ser feito para que a inclusão escolar funcione, aumentando assim, a qualidade de vida dos portadores da síndrome.
Apresentação Dra. Renata Tibyriçá