Grupos Circenses pedem mais apoio e atenção do Poder Público

No debate sobre a concessão de alvarás para a instalação de circos nas cidades brasileiras, vários representantes de grupos circenses que estiverem presentes na audiência pública da Comissão de Educação e Cultura, realizada nesta quinta-feira(8), requerida pelo Deputado Tiririca (PDR/SP), pediram mais apoio e atenção do Poder Público.
12/12/2011 08h50

Exigência excessiva de documentos pelas prefeituras para concessão de alvarás de funcionamento dos circos, falta de receptividade dos prefeitos em permitir a montagem de circos em seus municípios,  falta de políticas públicas voltadas para esse setor da cultura e discriminação por parte do empresariado brasileiro no apoio ao circo, segundo os palestrantes, têm dificultado muito o desenvolvimento e a própria subsistência de grupos circenses.

Para Marcos Teixeira, coordenador da Coordenação de Circo do Centro de Artes Cênicas (CEACEN) e da Fundação Nacional de Artes/MEC, essas questões estão fazendo com que grupos circenses que ainda existem no país, acabem sendo empurrados para as periferias de cidades pequenas e relegados à própria sorte.

A Funarte destinou 4 milhões de reais para os circos nesse ano, mas mesmo assim, admite Marcos, ainda é muito pouco para atender todas as demandas que esse setor de cultura requer.

Descaso

De acordo com um representante de grupo circense presente na audiência, o Bradesco negou patrocínio a seu grupo pois, segundo a instituição, ela não financia circos. No entanto, pouco tempo depois, a mesma instituição financiaria o  grupo canadense Cirque du Soleil, destinando vários milhões de reais para a empresa.

Circo não é entretenimento, mas, sim, cultura

Com essa afirmação, Camilo Torres, Presidente da Associação Brasileira de Circos (Abracirco), reafirmou a importância do Poder Público entender esse conceito e criar incentivos e subsídios para que estados e municípios apoiem a atividade circense, que para ele é um centro difusor de cultura e educação.

Projetos de Lei

Dia Nacional do Palhaço, do deputado Paulo Rubem Santiago(PDT/PE):  Organização da assistência social para prever a criação de programas de amparo às pessoas e famílias que exercem atividades circenses e de diversões itinerantes, do deputado Tiririca (PR/SP); e Programa de Educação voltados para crianças de circo, da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende, estão na pauta de trabalho das Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados.

Políticas Públicas para o Circo

A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM/TO) ressaltou a importância da implementação de políticas públicas para o  Circo. Segundo ela, são várias as demandas do setor: capacitação de profissionais, espaço público para instalação do circo nas cidades, formação escolar para as crianças moradoras do circo, formação de escolas de circo.

Segundo o deputado Tiririca, estima-se que cerca de 25 mil profissionais, entre artistas e técnicos, atuam nos circos em todo o País e essa população nômade se movimenta levando espetáculo popular de fácil acesso, para manter a chama dessa arte milenar. Boa parte das cidades brasileiras têm no espetáculo do pequeno circo sua única atração cultural. No Brasil, essa atividade é centenária e tem resistido, mesmo diante das dificuldades que o setor enfrenta para se instalar.
Tiririca destaca ainda o pedido de artistas circenses e proprietários de pequenos e médios circos que defendem a importância de oficializar o circo como patrimônio cultural brasileiro.

A presidenta da Comissão, deputada Fátima Bezerra (PT/RN), parabenizou o deputado Tiririca pela iniciativa e informou que hoje estaria participando de um evento que seria a assinatura de um protocolo de integração entre o Ministério da Educação e o da Cultura com a presença da Presidenta da República, Dilma Rouseff, do Ministro Fernando Haddad e da Ministra Ana de Hollanda, e o circo certamente estaria na pauta dos assuntos a serem tratados por ambos os ministérios.


Por Francy Borges
Assessoria de Imprensa
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