Ensino médio em construção

Audiência Pública reuniu respresentantes da educação e parlamentares para debater o Programa Ensino Médio Inovador. A iniciativa concede autonomia para as escolas proporem inovações curriculares.
02/06/2010 15h45

Saulo Cruz

Ensino médio em construção

Audiência Pública

Em 357 escolas públicas do país, o currículo do ensino médio tem passado por adapções. São mudanças que fazem parte do Programa Ensino Médio Inovador, iniciativa do Ministério da Educação (MEC), para torná-lo mais atraente e de maior qualidade. O projeto ainda embrionário foi debatido em audiência pública realizada na Comissão de Educação e Cultura nesta terça-feira (1/05).

Carlos Artexes, diretor de orientações curriculares para a Educação Básica do MEC, destacou que um dos objetivos do programa é aumentar a permanência escolar . "Uma das grandes questões da evasão é a falta de significado da escola para os alunos, por não terem participção na proposta escolar. Nesse sentido, o Programa abre espaço para que o aluno seja, também, um dos agentes de construção”, afirmou Artexes. Isso é possível porque a iniciativa garante, entre outras coisas, que o aluno escolha 20% de sua carga horária. Para aderir ao Ensino Médio Inovador, as escolas elaboram projetos criativos dentro dos eixos previsto no programa e passam por uma seleção do MEC. De acordo com Artexes, o governo federal repassa para essas instituições uma verba entre R$ 50 mil e R$ 120 mil, proporcional ao número de alunos.

O deputado Iran Barbosa (PT/SE), autor do requerimento da audiência, acredita que o envolvimento da comunidade acadêmica é a chave para o sucesso. “O programa traz muitas propostas interessantes para avançar nos projetos educacionais, no entanto, os pais, os alunos, os profissionais da educação precisam participar desse debate para que as iniciativas sejam trazidas até à escola de acordo com as suas necessidades, e não por imposição”, destaca Barbosa. O deputado Pedro Wilson, que deu abertura à audiência, disse acreditar que “um dos desfios para esse século é desenvolver uma escola acolhedora e ao mesmo tempo qualificada”.

Francisco Aparecido Cordão, representante do Conselho Nacional de Educação, vê a inciativa como um grande avanço.“Estamos caminhando de uma escola excludente para umas escola mais democrática. O acesso ampliou e por isso temos que nos adequar para essa realidade”. Para Heleno Araújo Filho, Representante da Confederação nacional dos Trabalhadores em Educação, um ponto importante é que seja ampliada as formas de divulgação do programa. “O conhecimento sobre o programa ainda é pouco, muitas vezes até para os que já estão envolvidos. É preciso ampliar sua divulgação e acesso para que não seja apenas mais um programa governamental, mas ganhe realidade nas escolas”, pontuou Heleno Filho.

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por Vanessa Vieira.