Dia do Documentarista homenageia o cineasta Olney São Paulo

Foi realizada hoje (10), no plenário 10, pela Comissão de Educação e Cultura (CEC), a audiência pública para a criação do dia do documentarista, na data de sete de agosto, homenagem a Olney São Paulo, solicitada pela deputada Alice Portugal PCdoB/BA. A reunião faz parte das três audiências exigidas pela legislação para a criação de datas comemorativas. A primeira foi realizada em Salvador, Bahia.
10/11/2011 16h16

Segundo a parlamentar, Olney São Paulo, homenageado com a data de seu nascimento para o dia do documentarista, foi o único artista a ser preso e torturado por uma obra durante o regime militar. A obra em questão foi o filme Manhã Cinzenta de 1969, baseado num conto de 67. No dia 21 de junho de 67 a equipe foi gravar um protesto e mil pessoas foram detidas, 53 feridos e três mortos. Manhã Cinzenta foi classificada pelo autor como ficção científica para que pudesse ser exibido e evitar cortes e a censura na época.

Uma das convidadas da audiência pública, Solange Lima, presidente da ABN Nacional,  relembrou as primeiras exibições de documentários que foram realizadas num circo e também da época em que esse tipo de registro não chegava às telas de televisão, diferente do que acontece atualmente. Para Solange Lima é muito importante o registro histórico dos documentários que resgatam o processo de redescobrimento cultural do Brasil e a memória dos documentaristas do país.

Um dos motivos desse aumento da disseminação na TV se deve em parte, afirmou, pelo programa de fomento à produção e teledifusão do documentário brasileiro, o DOCTV, lançado pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura em 2003, com o apoio da Associação Brasileira de Documentaristas e em parceria com as TVs públicas. O programa serviu para fomentar a regionalização da produção de documentários e incentivar a produção independente de documentários.

O cineasta André Lobão, também presente à audiência pública, destacou  a importância da produção e teledifusão dos documentários como experimento de novas linguagens, formas e técnicas na democratização das obras cinematográficas.

Por sua vez, a deputada Alice Portugal afirmou que “seria interessante que a terceira audiência pública para a criação do dia nacional do documentarista fosse realizada em Fortaleza, inclusive divulgando o documentário cearense, muito importante para a historicidade dos documentaristas brasileiros”, ideia que recebeu o apoio do deputado Artur Bruno PT/CE, presente na reunião de hoje, juntamente com o deputado Tiririca PR/SP. A parlamentar assegurou que a próxima audiência pública será realizada ainda este ano, para que se possa dar entrada ao projeto que criará a data comemorativa.

por Julianna Caetano

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