Deputados questionam divulgação do Ideb pelas escolas
Segundo os deputados Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) e Izalci (PR-DF), a divulgação ostensiva do Ideb não atingirá o objetivo a que se propõe, que é o da melhoria da qualidade do ensino. Ao contrário, sua implantação criará embaraços aos alunos das escolas de menor rendimento, em sua maioria constituída por clientela de menor poder aquisitivo. Um dos efeitos colaterais inevitáveis da medida será o estabelecimento de um ranking educacional, expondo de forma inócua as já conhecidas mazelas que afetam o ensino nacional.
Essa é também a opinião da maioria dos palestrantes que compareceram ao evento: Alexandre André dos Santos, Diretor de Avaliação da Educação Básica do INPE; Marta Vanelli, Secretária-Geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE; Cleuza Rodrigues Repulho, Presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – UNDIME; e Cláudio Cavalcanti Ribeiro, Secretário de Educação do Pará, representante do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação – Consed.
Segundo Cleuza Repulho, os estudantes das escolas públicas já sofrem naturalmente de discriminação social, principalmente em função de serem de origem pobre, negra e indígena. “Se esse projeto for aprovado, ele irá estigmatizar ainda mais aqueles segmentos, ampliando as diferenças entre as classes sociais no País”.
Por sua vez, o autor do requerimento da audiência pública, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), afirmou que “É importante que os instrumentos de avaliação dos resultados da educação sirvam para nortear a democratização do ensino no país”.
Já Gustavo Ioschpe, especialista em Educação, defendeu que os pais dos alunos tenham o direito de saber a real situação da escola em que estudam seus filhos. Para isso, é importante a afixação de placa com o índice Ideb à frente de cada educandário. O palestrante entende que essa é uma ferramenta que pode levar a comunidade a se envolver na melhoria da qualidade de ensino, juntando esforços com os profissionais da área. “O que constrange é a má qualidade do ensino, e não a sua divulgação”, afirmou.
Por Francy Borges
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