Debatedores concluem que cultura combate problemas sociais

02/08/2007 16h10

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Participantes de audiência sobre políticas públicas para as culturas populares, na manhã desta quinta-feira, concluíram que não é possível separar cultura popular dos problemas sociais do País. Conforme destacou o subsecretário da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Ricardo Lima, a solução dos problemas sociais brasileiros passa pela atenção à cultura. Para ele, ações culturais são até uma forma de combater a violência, pois preservam a identidade de um povo. &quot;A cultura é a alma de um povo&quot;, afirmou. A reunião foi realizada pela Comissão de Educação e Cultura a pedido do deputado Lobbe Neto (PSDB-SP).<br />
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A representante do Fórum de Cultura Popular do Paraná, Tatjane Garcia Allbch, ressaltou que os produtores de cultura popular são o mesmo público de programas sociais como o bolsa família. Sendo assim, para ela, é fundamental integrar as ações governamentais voltadas a essa população. &quot;Precisamos atender os cidadãos em todos os segmentos. A dança de São Gonçalo, no Paraná, é linda, mas não dá para dançar daquele jeito de barriga vazia&quot;, ressalvou.<br />
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Também para o moderador do Observatório da Rede de Culturas Populares, Marcelo Manzatti, as políticas culturais isoladamente não conseguem resolver os problemas do setor. &quot;Não adianta dar uma viola nova para um tocador que está cercado por problemas sociais, que tem o filho assediado pelo tráfico ou luta contra o desemprego&quot;, argumentou.<br />
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Reivindicações<br />
Marcelo Manzatti informou que os fóruns de cultura popular já elaboraram um documento com 30 propostas que esperam ver incluídas no Plano Nacional de Cultura, que foi incorporado ao Projeto de Lei 6835/06, do deputado Gilmar Machado (PT-MG), e está em estudo na Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Destas, ele destacou, por exemplo, a criação pelo Poder Público de um fundo nacional de fomento para a produção de cultura popular. Manzatti reclamou da dificuldade de acesso a recursos pelos grupos tradicionais de cultura no interior do País.<br />
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O representante da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos Renato Perrê também defendeu a criação do fundo de fomento. Ele lembrou que está começando no País um trabalho de catalogação do mamulengo como patrimônio brasileiro. &quot;Isso é muito importante para o teatro de bonecos do País. Precisamos do apoio desta Casa para que a cultura não seja apenas um adereço. É por meio da cultura que se constrói a identidade de uma nação.&quot;<br />
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O governo pretende incluir no Plano Nacional de Cultura um capítulo para as culturas populares. Segundo Ricardo Lima, no terceiro seminário sobre culturas, que deve ocorrer ainda neste ano, o assunto deverá ser discutido com representantes de grupos populares para que seja feita uma proposta à Câmara.<br />
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Mapeamento de grupos<br />
Outra proposta do documento dos fóruns de cultura popular é o mapeamento, o registro e a catalogação dos grupos que produzem cultura popular. Segundo Manzatti, a medida é importante para se ter noção do tamanho do problema e das políticas que devem ser adotadas pelo Poder Público para ajudar esses grupos.<br />
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Marcelo Manzatti também considera necessária a adoção de medidas para favorecer o diálogo entre os grupos, de forma que eles participem da formulação de políticas públicas para o setor. A rede, segundo Manzatti, já é uma tentativa de fazer essa articulação, mas ainda é incipiente. Por fim, o moderador destacou a necessidade de incluir disciplinas sobre expressões populares no currículo das escolas.<br />
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Reportagem - Maria Neves<br />
Edição - Regina Céli Assumpção<br />
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Agência Câmara