Acesso aberto à informação

A Comissão de Educação e Cultura e a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática promoveram hoje pela manhã o seminário: “Educação Aberta, Recursos Educacionais Abertos: Desafios e Perspectivas”. Entenda o que são os Recursos Educacionais Abertos e como eles podem ser utilizados para educar e informar.
08/07/2010 18h39

Brizza Cavalcante

Acesso aberto à informação

E/D - Bianca Santana, debatedora; Dra. Mary lane Hunter; Dep. Paulo Teixeira; Priscila Gonsales , debatedora.

As tecnologias de comunicação revolucionaram a forma de tornar disponível a informação. Nessa perspectiva um temática importante são os Recursos Educacionais Aberto, foco do seminário realizado hoje de manhã pela Comissão de Educação e Cultura.

Segundo expôs Carolina Rossini , professora da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, a expressão "Recursos Educacionais Abertos" foi definida em 2002 pela Unesco como fornecimento, por meio das tecnologias de comunicação e educação, de recursos educacionais licenciados abertamente para consulta, uso e adaptação por todos. Para isso, esse recursos precisam ter a propriedade intelectual aberta, ou seja, a permissão concedida pelo autor para que o recursos seja usado sem necessidade de pagar direitos de propriedade. Recurso Educacionais podem ser livros didáticos e todo tipo de objeto ou material que proporcione a aprendizagem como vídeos, fotos, módulos. Entre os exemplos de utilização desses recursos dados pela professora estão a iniciativa de livros abertos da Wikipedia e o curso da Universidade de Massassuchetts MIT – Open Course Ware – que disponibiliza da internet a maioria de seus cursos e por ter a licença aberta permite que outros professores utilizem o que foi compartilhado.

"Os recursos abertos repensam os recursos tecnológicos com maneira de inclusão, construção e distribuição de conhecimento", destacou a professora Rossini. Ela explica que a maioria desses projetos não possuem finalidade lucrativa, mas contrapõe com uma experiência norte-americana que comprova que o conteúdo pode ser tratado de forma aberta e gerar mais lucro do que na forma de publicação tradicional. " O conteúdo é todo aberto, assim não precisa pagar para acessar o conhecimento. O que acontece ó um sistema de pagamento de royalties para o autor baseado em compras universitárias, propagandas publicitárias, entre outros detalhes", explica Rossini.

Também foram debatidas as políticas públicas para os recursos educacionais abertos. O professor da Universidade de São Paulo- GPOPAI/USP, Braúlio Araújo, falou sobre a questão dos livros científicos e didáticos. Além disso, a doutora Mary Lane Hutner, chefe do departamento de Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado do Paraná, relatou a experiência do Projeto Folhas e a do livro didático público, na mesa de debate sobre práticas de capacitação e valorização do professor.

O Seminário foi solicitado pelos deputados Carlos Abicalil (PT-MT) e Paulo Teixeira (PT-SP). Priscila Gonsales, uma das debatedores do seminário, sugerir a criação de uma carta com recomendações que pensem um futuro um projeto de lei sobre recursos abertos. Diante da solicitação o deputado Paulo Teixeira sugeriu que os palestrantes do seminário se reúnam para realizar essa carta para que após a conclusão ele encaminhe o trabalho ao ministro da educação, Fernando Haddad. O Deputado afirmou ter ficado impressionado com a rica discussão proporcionada pelo debate em torno da educação brasileira.

 

por Vanessa Vieira.