09/09/15 - Audiência sobre Autismo e inclusão escolar
Nesta quarta-feira (09/09) o tema da Audiência Pública foi a permanência e aprendizagem das crianças, jovens e adultos autistas no sistema escolar regular, este debate foi realizado pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência em parceria com a Comissão de Educação.
O principal questionamento da reunião foi o motivo pelo qual os alunos que conseguem vagas em escolas especiais, quando conseguem, não permanecem nelas. Porque no país demora-se tanto para inserir, nas escolas, um aluno autismo.
Para a presidente da Associação Brasileira de Autismo (ABRA), Sra. Marisa Furia Silva, está faltando informação para a população sobre as leis que tangem os deficientes onde os pacientes com autismo estão inclusos. Se eles forem inseridos desde a creche, mesmo tendo problemas futuros, obterão melhor desenvolvimento na vida adulta. “Com essa iniciação precoce os autistas conseguirão seguir o currículo escolar com mais facilidade”, afirmou a presidente.
A falta de preparo dos acompanhantes é preocupante, “os acompanhantes também são uma preocupação, já que em sua maioria não estão capacitados a ajudar crianças com tal transtorno”, afirmou Marisa Furia. A Sra. Renata Tibyriçá - Defensora Pública do Estado de São Paulo e Vencedora do 7º Prêmio Orgulho Autista 2011, concorda com a Presidente e complementa “Não adianta apenas matricular os autistas e deixá-los no fundo da sala brincando de lego, para que o aluno evolua é preciso que ele interaja, é de extrema importância que a escola disponha de profissionais qualificados”.
A Presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Estado do Amapá (AMA-AP), Sra. Jani Betânia Souza Capiberibe levantou a questão da falta de laudos necessários para a realização das matriculas dos alunos nas escolas especializadas. “O pior não é a ter apenas uma neuropediatra no estado, mas não ter nenhum psiquiatra infantil”, afirmou ela. “Temos alunos que passam a maior parte da infância sem estudar e sem acesso a inclusão por falta de médicos para fornecer os laudos”, finalizou Jani Betânia.
Cristiane da Silva Barbosa - Psicopedagoga e associada da Associação Santanense dos Deficientes do Amapá (ASSANDE) afirmou que o objetivo da associação é instruir os pais sobre como garantir a vaga de seus filhos nas escolas, pois muitos deles não sabem nem que existem leis que garantem a inclusão escolar. “Quando eles não conseguem vagas não buscam a justiça, orientamos a isso”, disse Cristiane.
Outro ponto questionado pelos participantes foi a falta de emprego para adultos com autismo. Ainda não existe um programa que os preparem para que sejam introduzidos no mercado de trabalho após o período de estudo.
O objetivo da audiência foi conscientizar a população sobre o que é a doença e o que pode ser feito para que a inclusão escolar funcione, aumentando assim, a qualidade de vida dos portadores da síndrome.
Apresentação Dra. Renata Tibyriçá