A Comissão de Cultura realizou audiência pública nesta quinta-feira, (29/06) para ouvir os produtores de festivais de música independente. Os produtores foram unânimes em dizer que, apesar das dificuldades enfrentadas, esses eventos são realizados há 10, 15 ou 20 anos em várias regiões do País, atraindo milhares de pessoas.

Para Paulo André, produtor do Festival Abril Pro-Rock, que acontece anualmente há 23 anos em Recife, os festivais são importantes para mostrar para a população as produções realizadas fora do eixo Rio-São Paulo. Paulo André destacou ainda a importância da cultura popular na geração de renda através do turismo. "Turismo, cultura, identidade, é isso que importa, é isso que vai gerar o interesse do mundo inteiro em vir para o Brasil, é a nossa cultura densa, é a nossa cultura verdadeira e não a cultura fabricada. Isso não interessa porque o mundo inteiro tem a cultura fabricada também."

Claudão Pilha, produtor do Primeiro Campeonato Mineiro de Surf, que há 16 anos acontece em Belo Horizonte, garante que as questões financeiras estão em segundo lugar e que o objetivo principal dos festivais é promover a cultura. "O foco nosso é na cultura em primeiro lugar, o dinheiro é a prioridade dois. Claro que a gente tem que pagar e honrar nossos compromissos; por isso que a gente tá aí tão longevo, há tanto tempo. Mas o nosso foco é na cultura e a gente está discutindo aqui exatamente a falta de foco que existe em geral em relação à cultura."

O presidente da Comissão de Cultura, DeputadoThiago Peixoto, do PSD/GO, destacou a importância dos festivais para o aparecimento de novos talentos na música brasileira, mesmo com toda dificuldade."O papel nosso aqui é descobrir como o poder público, em especial do ponto de vista legislativo, pode contribuir para esses festivais serem mais fortes. Eles geram empregos, eles movimentam a cidade e, mais do que isso, eles geram cultura muito forte em cada estado, em cada cidade em que eles acontecem."

Gustavo Sá, produtor do Porão do Rock, festival que há 20 anos acontece em Brasília, explicou que, apesar de parecer uma novidade, os festivais de música independente têm uma longa trajetória e enfrentam muitas dificuldades de acesso ao financiamento público, inclusive os provenientes da Lei Rouanet.