Exposição "A arte das mulheres Kayapó" reflete o olhar feminino sob o cotidiano indígena
Foto: Janaina Sobrino
Carmen Figueiredo, deputada Jandira Feghali, deputado Jose Stédile e Claudia Leitão
A Comissão de Cultura inaugurou nesta terça-feira (25) a exposição "A arte das mulheres Kayapó", no Espaço do Servidor da Câmara. A mostra apresenta pinturas em tecido e miçangas tradicionais da cultura dos Kayapó, uma etnia indígena que vive na Floresta Amazônica.
A presidenta da Comissão de Cultura, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) lembrou que o movimento indigenista brasileiro merece atenção e respeito. “O movimento indigenista exige não apenas que a comissão exponha a sua arte, a sua criatividade e a sua cultura, mas exige do governo a retomada da Constituição para a demarcação de suas terras. Nós estamos aqui para abrir uma exposição de arte das mulheres Kayapó que transportam para tecidos e miçangas elementos de seu universo mítico. E falar de universo mítico é falar de um paradigma para a demarcação das terras. A demarcação não é somente no espaço geográfico, ela é determinada também pelo universo mítico, espiritual, cultural que orienta a demarcação de terra indígena”.
A exposição foi desenvolvida pelo Instituto Menire. O projeto é o primeiro destinado exclusivamente às mulheres Kayapó da aldeia Pukanu (Terra Indígena Mekragnotire/PA). Elaborado em 2006 pela indigenista Carmen Figueiredo tem como principal objetivo preservar e divulgar a cultura desse povo sob o viés do artesanato como alternativa de renda sustentável.
Carmen Figueiredo destacou que a exposição trás um pouco da cultura Kayapó sob o olhar feminino. “A exposição buscou mostrar cenas do cotidiano das mulheres Kayapó, suas pinturas corporais e suas miçangas. Além disso, houve outro fato inovador, o grafite urbano se encontrou com o grafite da floresta. O encontrou revelou que não existe barreira cultural para a arte, você não precisa falar a mesma língua para se comunicar, e o resultado é esta exposição”.
Para Maria Augusta Boulitreau Assirati, presidenta interina da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a exposição é uma afirmação da cultura indígena e representa uma forma de resgate da divida que a sociedade tem com essas etnias.
Claudia Leitão, secretária da economia criativa do Ministério da Cultura destacou o papel importante do artesanato como divulgação cultural e econômica. “A arte traduzida como pintura e miçangas tradicionais da cultura dos Kayapó é fundamental e estratégica para a economia sustentável daquelas mulheres indígenas”.