Teles temem que Marco Civil da internet engesse os negócios
As prestadoras opõem-se principalmente à chamada “neutralidade” da rede, que impede a oferta aos usuários de diferentes modelos de conexão. Hoje, apesar das diversas velocidades disponíveis, todos têm acesso ilimitado, seja em redes sociais, sites de busca, e-mails ou para assistir a vídeos.
“Nós não podemos impedir as empresas de discutirem novas possibilidades de negócios. Não são todos os usuários que necessitam de um acesso full, pleno, ilimitado”, colocou o Diretor de Regulação do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil).
De acordo com ele, o oferecimento de distintos pacotes de acesso permitira o barateamento do preço para usuários que demandam menos serviços. “Nós queremos fazer uma inclusão social. Todos pagam água, luz, conforme consomem. Por que uma pessoa que só acessa e-mails precisa pagar o mesmo que aquelas que baixam 200 vídeos por mês?”, questionou.
Também crítico ao Marco Civil da Internet, o Diretor de Infraestrutura e Convergência Digital da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Nelson Wortsman, condenou, sobretudo, a necessidade de instalação de data-centers no país.
Atualmente, todas as informações disponibilizadas por brasileiros na internet ficam armazenadas nos Estados Unidos. Pela proposição, as empresas terão de instalar tal infraestrutura em território nacional.
“O Brasil é um dos países menos competitivos para a implantação de data-centers. Enquanto, nos Estados Unidos, o custo para montagem é de R$ 500 mil. Aqui, supera a marca de R$ 1 milhão”, explicou Wortsman.