Montadoras explicam a parlamentares investimentos em inovação
Os congressistas questionaram as montadoras quanto ao Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (INOVAR), o qual, em contrapartida aos benefícios concedidos, cobrou das empresas mais segurança e economicidade nos veículos.
Primeiro a falar, o Diretor de Assuntos Governamentais da Volkswagen do Brasil, Antonio Megale, lembrou que o país, embora seja o 4º mercado consumidor de automóveis do mundo, ocupa apenas a 7ª posição na lista dos maiores produtores. De acordo com ele, essa situação está se invertendo devido à maior qualificação da mão de obra local.
“Com o desenvolvimento tecnológico, vamos conseguir colocar nossos produtos no padrão mundial. Na questão da segurança, por exemplo, já avançamos muito. A partir do ano que vem, todos os veículos terão de sair de fábrica com ABS e Air-bag. Tudo isso só é possível porque direcionamos recursos à pesquisa científica”, declarou Megale.
Já o Gerente de Relações Governamentais da Caoa-Hyundai, Pedro Sacramento, afirmou que os investimentos da empresa têm levado o desenvolvimento a localidades brasileiras distantes dos grandes centros. Ele dá como exemplo a cidade de Anápolis, no interior de Goiás, que abriga uma fábrica da montadora sul-coreana.
“Necessitamos de mais incentivos regionais para que, acabando com essa concentração industrial, possamos espalhar pelo Brasil mais emprego e renda”, reclamou Sacramento.
Por fim, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e Diretor de Assuntos Institucionais da General Motors do Brasil, Luiz Moan, lembrou que a indústria automotiva do Brasil tem um histórico de inovação.
“Nós temos o exemplo do Proálcool, uma nova tecnologia produzida a partir da parceria do setor privado com universidades e o governo. Agora, numa visão de longo prazo, temos de buscar essa mesma participação na criação de veículos híbridos e elétricos”, enfatizou.
Para o deputado federal Bruno Araújo, apesar dos esclarecimentos prestados pelas montadoras, falta uma maior proximidade desse setor com o Congresso Nacional. “Mas, sabemos que ainda é cedo para cobrar a contrapartida em relação aos incentivos criados, porque temos consciência que o processo leva um tempo de maturação”.