Democratização da Comunicação foi debatida na CCTCI
De acordo com ela, o debate é necessário porque as cobranças em torno da democratização das comunicações têm crescido na sociedade, em virtude da popularização da internet e da migração para a TV Digital.
Os participantes do encontro reforçaram a necessidade de novos atores sociais participarem da produção e da distribuição das informações no país, hoje concentradas em grandes grupos empresariais.
Para Coordenadora-executiva do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes), Bia Barbosa, o Governo Brasileiro, ao adotar o sistema japonês de TV Digital, mantendo o espaço na grade das emissoras que operam no sistema analógico, anulou a possibilidade de inclusão de novos canais que contemplem toda a diversidade do país.
Com relação ao Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – outra iniciativa que teria o potencial de contribuir para a democratização da comunicação – Bia disse que há grandes dificuldades estruturais para que o acesso seja disponibilizado nos rincões do país.
Membro do Conselho Editorial da Mídia Ninja, Felipe Altenfelder, declarou que os meios de comunicação não ligados às grandes corporações têm dificuldades para se sustentar. De acordo com ele, o grupo do qual faz parte se mantém com a contribuição pessoal dos próprios integrantes. “Nós nos financiamos com a sistematização da nossa força de trabalho”.
Já o Secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações (MiniCom), James Göergen, relatou algumas iniciativas do governo no sentido de incentivar os veículos alternativos – como os Canais da Cidadania, que serão entregues a entidades comunitárias de algumas cidades, e os laboratórios de conteúdo interativo, montados em 10 emissoras públicas do país.
Em sua fala, ao final do encontro, a deputada Margarida Salomão disse que a discussão versou sobre a própria democracia brasileira, “para que todas as vozes tenham impacto fluindo pelos canais hoje monopolizados”.