Comissão debate crimes na internet

Durante quatro horas os membros das comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, Direito Humanos e Minorias e Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado ouviram especialistas em informática, juristas e professores na audiência pública que discutiu o projeto de lei 84 de 1999, que trata dos crimes praticados na Internet e estabelece penas. A proposta, que foi aprovada pelo Senado em 2008 e está em tramitação na CCTCI, divide as opiniões entre deputados e debatedores.
14/07/2011 09h45

Leonardo Prado

Comissão debate crimes na internet

Deputados Bruno Araújo,presidente da CCTCI; Manuela D'Ávila, presidente da CDHM e Miro Teixeira

Hoje o Brasil não dispõe de uma legislação específica para coibir crimes praticados na Internet.

Segundo a coordenadora da Promotoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Vanessa Fusco Nogueira Simões, 50% dos processos que chegam à promotoria são arquivados por não haver lei que os tipifique. “Há uma necessidade urgente de aprovação dessa lei”, disse ela.

O delegado titular do Núcleo de Combate aos Cibercrimes do Estado do Paraná (Nuciber), Demétrius Gonzaga de Oliveira, defendeu a necessidade da aprovação da lei, lembrando que crimes como pedofilia, racismo, roubo e até contra a soberania nacional podem ser cometidos sem que seja possível a punição dos culpados. Os que são contrários à aprovação da lei temem que ela acabe com liberdade e com a privacidade dos internautas.

“Ficarmos sem legislação é uma omissão do governo federal, que é quem está postergando”, disse o relator do projeto, deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

O presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), disse que o debate de hoje possibilitou a democratização do debate. “Agora a decisão cabe à maioria”, finalizou.

Leia mais sobre o assunto na matéria da Agência Câmara