CCTCI debate o Programa Espacial no país.
Falta de investimentos e necessidade urgente de renovação de pessoal foram os principais problemas apontados pelos participantes da audiência pública que discutiu na tarde de hoje na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara o Programa Espacial Brasileiro.
De acordo com o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Antônio Raupp, o órgão na década de 1980 empregava 1.700 pessoas e hoje esse número não chega a mil, enquanto a Nasa (EUA) tem 17 mil funcionários e a agência europeia 28 mil.
Raupp lembrou, ainda, que dentre os Brics, o Brasil é o que menos investe no programa espacial. A China aplica anualmente U$ 3 bilhões, a Índia, U$ 900 milhões e o Brasil, R$ 160 milhões.
O Brigadeiro Willian Pantoja, do Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica, frisou a necessidade urgente de renovação de pessoal, mas que para isso é preciso que se valorizem os profissionais. Segundo ele, alunos que cursam o 1º e 2º ano do curso de engenharia do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), já são assediados para irem para outros países.
“A maioria das pessoas que hoje trabalham no DCTA deverão se afastar em 2020 e não está havendo renovação”, alertou.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Vale do Paraíba (SindCT), Fernando Morais Santos, propôs que o Programa Espacial Brasileiro passe a ser um programa de Estado, ou seja, tenha continuidade independente de mudanças de governo.
O mesmo disse o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral. Segundo ele, o Programa não está sendo tratado como política de Estado. Amaral acha que é preciso discutir se a AEB deve permanecer subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia ou se a uma secretaria ligada a Presidência da República.