Ministra promete investimentos para polo agrícola entre MA, TO, PI e BA
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou nesta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, que o governo federal garantirá a infraestrutura para o desenvolvimento da chamada região do Matopiba – polo agrícola formado por áreas do Maranhão, de Tocantins, do Piauí e da Bahia.
"Verificaremos as estradas, principalmente as BRs 020 e 242, que cortam a região. Estamos levantando a questão da energia e também das áreas mais apropriadas para irrigação", declarou, em audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
A fronteira agrícola do Matopiba compreende 73 milhões de hectares, distribuídos em 31 microrregiões e 337 municípios, onde vivem 5,9 milhões de pessoas. Para ampliar o desenvolvimento local, a ministra informou ainda que centros especializados serão implementados, com cursos em instituições superiores e escolas técnicas em parceria como a Embrapa.
Autor do requerimento para realização do debate, o deputado Carlos Henrique Gaguim (PMDB-TO) destacou o potencial do novo polo produtivo e a necessidade de se investir na região. "Nosso país agora vai se voltar às regiões Norte e Nordeste, onde os investimentos ficaram parados durante muitos anos. Com a nova linha de desenvolvimento, estudaremos a melhor logística de escoamento”, disse.
Conforme dados do Ministério da Agricultura, em 20 anos (1994-2014), a produção de grãos passou de 2,5 milhões de toneladas para 12,5 milhões toneladas na região.
Frente parlamentar
Durante a reunião, foi lançada a Frente Parlamentar do Matopiba - 218 parlamentares assinaram o ato de criação do grupo. O colegiado pretende trabalhar por políticas públicas de desenvolvimento da fronteira agrícola.
O presidente da Comissão de Agricultura, deputado Irajá Abreu (PSD-TO), ressaltou a importância da frente e declarou apoio às propostas divulgadas por Kátia Abreu. “É uma frente que começa forte, em um projeto muito audacioso do governo federal”, comentou.
Aquicultura
Além de Kátia Abreu, o ministro interino da Pesca e Aquicultura, Luiz Otávio, também participou do debate - ele representou o titular da pasta, Helder Barbalho, que está em missão oficial no exterior.
Luiz Otávio comentou que os setores da agricultura e da aquicultura podem trabalhar em conjunto. Para isso, solicitou que os parlamentares avaliem a inclusão do setor ao projeto de desenvolvimento do Matopiba.
"Se 1% dos mais de 70 milhões de hectares do Matopiba for disponibilizado ao setor de aquicultura, poderíamos dobrar nossa capacidade de produção e chegarmos a 800 toneladas/ano", defendeu o ministro interino.
Classe média
Kátia Abreu acrescentou que o governo pretende aumentar, na região do Matopiba, o número de produtores que pertencem à classe média. De acordo com a ministra, um programa específico será posto em prática para elevar a renda das pequenas propriedades e gerar inclusão social.
Segundo dados do Ministério da Agricultura apresentados na audiência desta terça, mais da metade da renda bruta do Matopiba é gerada por menos de 1% dos estabelecimentos rurais existentes. Ainda conforme o levantamento, somente 5,9% das propriedades são de classe média, mas elas correspondem a 26,74% da renda bruta da região.
Edição – Marcelo Oliveira