Governo pode incluir derivados do arroz em suas compras

25/11/2016 09h33

Gilmar Felix / Câmara dos Deputados

Governo pode incluir derivados do arroz em suas compras

Participantes da audiência defenderam incentivos para a produção de derivados de arroz

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou audiência pública nesta quinta-feira (24) para discutir formas de aumentar o consumo dos derivados de arroz no Brasil. O secretário de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Caio Rocha, defendeu que os produtos derivados de arroz sejam incluídos na compras realizadas pelo governo.

Segundo dados do Ministério da Agricultura, o arroz está entre os cereais mais consumidos do mundo, e o Brasil é o nono maior produtor mundial, com uma safra de 11 milhões de toneladas em 2010. Mesmo assim, o consumo de produtos derivados de arroz, como farinhas e bolachas, ainda é pequeno.

A representante da Associação Brasileira da Indústria do Arroz no debate, Andressa Silva, concorda com o representante do governo. Para ela, é preciso intervenção do governo para alavancar a indústria dos derivados de arroz. "A demanda pelo produto derivado tem que surgir pelo poder público, como essa iniciativa de tentar inserir na cesta básica e em programas da merenda escolar; também tem que haver um estímulo por parte dos supermercados", disse.

Emprego
O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) afirmou que a ampliação do mercado para os produtos derivados do arroz pode garantir emprego para uma parcela dos desempregados do País.

"Os derivados do arroz têm uma lógica de consumo que está fora da nossa cultura. A prateleira do supermercado ainda não está disponível para nós. Então, desde o beneficiamento até o supermercado há uma longa caminhada a ser feita. Mas se conseguirmos estruturar nosso modelo de produção pelas compras públicas, o que assegura viabilidade econômica para o empreendimento, nós certamente teremos um bom começo", disse Moreira.

Os produtos de arroz são muito utilizados por pessoas com intolerância ao glúten ou portadores de doença celíaca que não podem se alimentar com derivados de trigo.

Segundo dados da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, dois milhões de brasileiros têm a doença, que só pode ser tratada com a completa retirada do glúten da alimentação.

Reportagem - Karla Alessandra
Edição - Sandra Crespo
Da Agência Câmara Notícias