Fiscalização dos importadores confirma qualidade da carne brasileira, diz Blairo Maggi
Segundo o presidente da Capadr, Sergio Souza, plano de ação do governo foi bem-sucedido
Restrições impostas às exportações em decorrência da operação “Carne Fraca” da Polícia Federal, em março passado, foram retiradas pelos principais compradores, disse hoje (10) o ministro Blairo Maggi, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, durante concorrida audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) da Câmara Federal, presidida pelo deputado Sergio Souza (PMDB-PR).
Países importadores que intensificaram a fiscalização da carne brasileira, após a operação policial, não encontraram inconformidades em nenhum volume embarcado, revelou o ministro Blairo Maggi, durante a reunião com os parlamentares, que durou duas horas e meia. “Cem por cento da mercadoria está sendo inspecionada ao chegar no seu destino, sem que tenha sido encontrada nenhuma inconformidade até agora, o que vem confirmar a qualidade do nosso produto”, exaltou Maggi.
Mercado interno - Em relação ao mercado interno, Maggi ressaltou que os mesmos procedimentos utilizados para fiscalizar as carnes exportadas são adotados para o consumo no país. "Claro que existem as particularidades de cada país, que fazem suas exigências, mas a qualidade da carne é a mesma.” De acordo com dados apresentados na audiência pública, 80% da carne bovina produzida no Brasil e 70% da carne de frango são consumidas no Brasil.
Para o deputado Sergio Souza, o plano de ação montado pelo governo e iniciativa privada reduziu em muito os reflexos sobre as exportações e o mercado interno das carnes bovina, suína e de frango. “Todos se empenharam com as suas estruturas de comunicação para saírem em defesa do sistema sanitário da carne brasileira, num bem-sucedido contra-ataque para debelar, contornar o desgaste e mitigar os reflexos negativos daquela operação policial”, ressaltou.
Os requerimentos convidando o ministro Maggi para debater na Capadr os reflexos da operação “Carne Fraca” foram assinados pelos deputados Afonso Hamm (PP-RS), Assis do Couto (PDT-RS), Herculano Passos (PSD-SP), Izaque Silva (PSDB—SP) e Sergio Souza (PMDB-PR). Mais de 20 deputados ligados ao setor produtivo rural questionaram o ministro sobre a operação policial e outros assuntos ligados à pasta dele, como as negociações sobre o Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2016/17, taxas de juros e as negociações sobre as dívidas do Funrural.
Restrições – O ministro disse que as restrições impostas às exportações de carnes do Brasil já foram retiradas pelos principais compradores. Os mercados atualmente abertos representaram cerca de US$ 13,55 bilhões ou 95% dos valores exportados. O reforço na fiscalização de rotina foi adotado por 57 países importadores, de acordo com o ministro. Depois da operação da Polícia Federal em frigoríficos, o ministério recebeu cerca de 328 comunicados oficiais envolvendo demandas de outros países sobre detalhes da ação.
Como providências do Ministério da Agricultura, Maggi destacou a coleta de 762 amostras de produtos para análise e a proibição de produção e de exportação de mercadorias por parte dos frigoríficos investigados, além da exoneração de servidores envolvidos. Entre as amostras recolhidas, 98,68% não apresentavam risco sanitário. E a maior parte dos problemas detectados eram relacionados à fraude econômica, como excesso de água nas embalagens. Em 1,31%, foram identificados pequenos problemas, com algum potencial de afetar a saúde pública, como a presença de salmonella.
O ministro anunciou que embarcará, nesta sexta (12), para os Emirados Árabes, Kuwait, Arábia Saudita e Catar. Ele vai apresentar explicações, já enviadas por escrito, para assegurar a manutenção desses mercados, para onde é destinada a maior parte da exportação de frango do Brasil.
Acompanharam o ministro na audiência, o secretário-executivo, Eumar Novacki, e os secretários de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, e de Relações Internacionais, Odilson Silva, além do presidente da Embrapa, Maurício Lopes.
Por Tito Matos
Assessor de Imprensa