Dia Nacional de Preservação do Solo

Preocupações com o solo e métodos mais sustentáveis marcam data
23/04/2015 09h45

Nesta terça-feira (14/04), o Dia Nacional de Conservação do Solo foi tema da audiência pública realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que ressaltou a importância de um cuidado efetivo pelo solo, em virtude de ser o principal elemento de uma agricultura de sucesso.

A audiência contou com a presença dos convidados: Deputado Rodrigo Martins – 1º Vice-Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Caio Rocha – Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura; Pecuária e Abastecimento, Paulo Guilherme Francisco – Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente; Maurício Antônio Lopes – Presidente da Embrapa e Armando Colozzi – Pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).

O Dia Nacional de Conservação do Solo foi instituído pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 1989, pela Lei nº 7.876. O Deputado Valdir Colatto, autor do requerimento 43/2015, presidiu o debate que teve como objetivo aprofundar as discursões sobre fatores básicos da produção agropecuária e questões ambientais.  

A agropecuária representa ¼ do PIB do país, e tem feito do Brasil um exemplo em produção agrícola. Diante da importância da nossa agricultura o Deputado Rodrigo Martins iniciou a sua fala ressaltando a necessidade de uma maior preocupação com o solo, devido a uma crescente perda de sua camada. Citando o caso de assoreamento da maior área úmida do planeta, o Pantanal, o Deputado diz ser a favor de uma agricultura mais consciente e um agricultor cada vez mais preparado. O Secretário Caio Rocha, representante da Ministra Kátia Abreu, também concordou com Rodrigo Martins e comentou a necessidade de mais incentivo, tecnologia, metodologia e preservação.

E a questão ambiental permaneceu em pauta entre os palestrantes, o Secretário do MMA, Paulo Guilherme trouxe para o debate a falta de conscientização e fiscalização de áreas ambientais. “Não se previne problemas, apenas se discute”, comentou. Outros fatos apresentados por ele foram a ausência de políticas públicas que favoreçam a implementação do Código Florestal, a falta de uso racional do solo para garantir a presença de biodiversidade e uma melhor orientação de ocupação.

Além dos pontos ambientais, os geológicos também foram apresentados pelo Presidente da Embrapa Maurício Antônio Lopes. As múltiplas funções do solo foram ressaltadas: a herança arqueológica, o polo de diversidade ambiental e o habitat importante para microrganismos vivos. O Presidente da Embrapa comentou a realidade dos solos brasileiros e os classificou como ácidos e pobres por serem ricos em alumínio e ferro, e pobres em potássio e fósforo, resultado disso: baixa quantidade de nutrientes. Entretanto Maurício Antônio Lopes defendeu a prática sustentável de plantio direto que torna grandes extensões de solos pobres em agricultáveis.

O último convidado da audiência pública, o pesquisador Arnaldo Colozzi do IAPAR, comentou sobre a grande capacidade técnica brasileira envolvendo assuntos do solo, e anunciou que o Brasil será sede do Congresso Mundial de Solo, que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro em 2018.

 

Da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural

Por Maria Clara Monteiro - Estagiária de jornalismo