Comissão de Agricultura debate cadeia produtiva da cebola

CAPADR debate em Audiência Pública realizada nesta terça-feira questões relativas a cadeia produtiva da cebola.
19/11/2013 17h50

Marina Corrêa

Comissão de Agricultura debate cadeia produtiva da cebola

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) realizou Audiência Pública na tarde desta terça-feira (19) para debater a cadeia produtiva da cebola. O requerimento número 466/2013 é de autoria dos Deputados Alceu Moreira (PMDB/RS), presidente da sessão, Luís Carlos Heinze (PP/RS) e Padre João (PT/MG). Segundo o Deputado Alceu Moreira, os produtores de cebola, por serem vítimas da falta de condição de armazenagem, têm o lucro afetado uma vez que devem vender o produto rapidamente. “Sabendo disso, quem compra paga o preço que quer”, afirmou o Deputado.

De acordo com o Secretário Substituto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Edilson Guimarães, uma das alternativas para o problema da armazenagem é o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que, segundo o secretário, financia 100% a construção de armazéns e tem como taxa de juros 3,5%/ano.  

O Chefe-Geral da Embrapa Hortaliças, Warley Marcos Nascimento, destacou a importância da cadeia produtiva da cebola. Segundo ele, a cebola é a quinta hortaliça em valor de produção e a segunda em valor de mercado de sementes no Brasil. Apesar disso, segundo o chefe-geral, o produtor pouco lucra com a venda do produto, pois, o atacadista paga ao produtor duas vezes menos do que lucra e o varejista quatro vezes menos.

Em relação aos preços de produção, o Engenheiro Agrônomo da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), George Ricardo Bandeira, avaliou que o custo de produção da saca de cebola por hectare é de 12 mil reais e o custo de uma saca de 20 kg é de R$9,60.

O Engenheiro Agrônomo e Técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Daniel Rogério Schmitt, registrou que tanto a produção quanto a comercialização têm subido no Brasil e no mundo e que, neste ano, o Brasil vai bater um recorde de produção e também de importação de cebolas. Segundo ele, é comum que no ano em que a produção bate recorde, aconteça o mesmo com a importação.

Para o Deputado Luís Carlos Heinze, coautor do requerimento, é necessário um planejamento em relação a essa questão da importação. “Importa se precisa, senão não importa. Se tem produção nacional não precisa importar”, observou o parlamentar.

No que se refere ao aumento da produção, o Pesquisador Científico da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Thiago Leandro Factor, explicou que a introdução de tecnologias no setor produtivo tem importante papel nesse alargamento.

O Presidente da Câmara Municipal de Taraves (RS), Antônio Carlos Pagano, expôs as reivindicações de sete associações de produtores de cebola. Entre as solicitações estavam melhores condições de produção e estabelecimento de preço mínimo para a venda das safras. “Não adianta endividar o produtor e depois não garantir a venda da produção”, afirmou o presidente.

Frente às dificuldades que a cadeia produtiva enfrenta, o Presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (ANACE), Almir Schaffer, explicou que o setor tem sofrido com falta de mão de obra, pois muitos produtores abandonaram a produção.

Para o Consultor da Federação da Agricultura de São Paulo (FAESP), João Cabrera Filho, existem temas em relação ao setor produtivo da cebola que precisam ser aprofundados. Entre eles estão a necessidade de um acompanhamento de safra por uma entidade que esteja acima dos Estados e o que é possível fazer a respeito da dívida do setor.

Na opinião do Representante da Federação da Agricultura de Santa Catarina (FAESC), Pedro Menezes, é preciso a união dos produtores. “Unindo e batalhando que se chega a um denominador comum”, colocou.

Da Assessoria da Comissão

Por Marina Corrêa