Histórico
A origem da biblioteca da Câmara dos Deputados remonta a 1823, época da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil.
As providências foram determinadas por José Bonifácio de Andrada e Silva, que ocupava o cargo de Secretário de Estado dos Negócios do Império. Após a permissão do Imperador, os volumes necessários ao trabalho da Assembléia foram transferidos da Biblioteca Imperial da Corte.
Os termos do pedido eram os seguintes:
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" Para José Bonifácio de Andrada e Silva |
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Em 28 de julho de 1824, no Parecer da Mesa, aprovado em debates, destacam-se os seguintes trechos:
"(...) Ate hoje não tem a Camara dos Deputados um archivo regular, nem possue uma bibliotheca. |
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No Parecer de 5 de julho, foram criados dois lugares de ajudantes de arquivistas, um dos quais foi transformado em amanuense (funcionário público que cuidava da correspondência, fazia cópias e registrava documentos) da Secretaria. Nesta data foi nomeado para o cargo de bibliotecário José Maria Mafra Júnior, recebendo " 600$ de ordenado e 200$ de gratificação ", por ato da Presidência.
Outro Parecer, de 20 de abril de 1866, assinalava que o trabalho dos empregados da Secretaria da Câmara dos Deputados aumentaria sensivelmente com o estabelecimento da Biblioteca e do Arquivo que estavam sendo criados. Artigo 8º do Regulamento da Secretaria, de 30 de junho, determinou que a Mesa mandaria "inventariar pelo Official Archivista todos os livros pertencentes à bibliotheca, assim como pelo Porteiro da Secretaria os móveis e o mais que pertencesse à Camara, sendo esses inventários assignados pelos dois empregados acima referidos, os quaes ficariam responsaveis pela conservação e guarda do que se tivesse inventariado".
Portanto, a efetiva criação da Biblioteca da Câmara dos Deputados ocorreu no ano de 1866, quando exercia a Presidência Camilo Maria Ferreira Armond, Barão de Prados.
No mesmo ano, em 1º de junho, um Parecer entregava a um oficial da Secretaria as funções de arquivista. Outro Parecer de 26 de julho de 1871 mantinha esta situação e conservava a um segundo oficial o encargo de ajudante de arquivista.
Com a expansão desses dois serviços, tornou-se imprescindível que eles passassem a ser autônomos. Um arquivista e um bibliotecário foram nomeados para “Organizar regularmente o archivo da Secretaria e fundar-se uma bibliotheca”. (4)
Século XX
Em 30 de novembro de 1971, a Resolução nº 20 alterou a estrutura administrativa da Câmara dos Deputados. Foi criado o Centro de Documentação e Informação, subordinado à Diretoria Legislativa:
"Art. 81. Ao Centro de Documentação e Informação compete coordenar, controlar e dirigir as atividades de informação, assessoramento técnico-parlamentar, registro de tramitação das proposições, arquivo e avaliação de documentos, edição de publicações e de automação dos serviços internos em geral.
Pela Resolução da Câmara dos Deputados nº 104/1984, a Biblioteca passou a denominar-se Biblioteca Pedro Aleixo, em homenagem ao eminente político, de atuação efetiva e expressiva no cenário político nacional, além de frequentador do local.
(1) Annaes do Parlamento Brasileiro, 1823 -Sessão de 12/5/1823, p. 77.
(2) Annaes do Parlamento Brasileiro. 1823 -Sessão de 12/5/1823, p. 78.
(3) Livro do Centenário da Câmara dos Deputados (1826-1926). Rio de Janeiro, Empreza Brasil Editora,1926. p.580.
(4) Silva Neto, Casimiro Pedro da. A construção da democracia. Brasília, Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2003.