24/11/2017 10:34 - Direito e Justiça
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A Programação da Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra foi marcada, nesta quinta-feira, com os lançamentos de um livro e de um movimento social.
A Comissão de Trabalho sediou o ato de recriação de uma organização histórica. A "Nova Frente Negra Brasileira" surge para continuar a luta do movimento social fundado em 1930 e fechado em 1937, com a ditadura do Estado Novo.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), um dos deputados que apoiaram o relançamento, explicou que a Frente vai atuar politicamente em defesa da população negra:
"Não há solução na democracia fora da política. Eu considero que, assim como nós temos de incorporar as mulheres, que representam mais da metade da população brasileira, temos também de incorporar os negros, que correspondem, negros e pardos, a mais da metade da população brasileira e que ficam à parte dos espaços de poder."
Para o Coordenador Nacional da Nova Frente Negra Brasileira, Tadeu Augusto Matheus, é preciso buscar novas formas de inserção do negro na sociedade:
"Todas as políticas públicas pensadas para o Estado brasileiro não atendem 100% das necessidades da população negra. Seja na educação, na saúde, no trabalho, no desenvolvimento urbano. Então, nós estamos tentando uma nova maneira de propor uma inserção dessa população nesse projeto nacional."
O "Repertório Bibliográfico sobre a Condição do Negro no Brasil", lançado nos formatos impresso e digital, é um livro de referência que facilita o acesso a leis, discursos legislativos e estudos que debatem e denunciam a condição do negro no Brasil, da colonização até os dias de hoje.
Organizada pela Biblioteca Pedro Aleixo, e publicada pelas Edições Câmara, a obra é uma iniciativa do programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Câmara. E esses dois temas se comunicam no conteúdo da bibliografia, como explica Jair Francelino Ferreira:
"Um dos temas mais recorrentes é a questão da mulher negra né, duplamente discriminada. (...) Há muitos trabalhos que fazem essa interação entre raça e gênero."
Já Joseanes dos Santos, da Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno, salienta a qualidade do repertório bibliográfico:
"Uma contribuição intelectualizada, uma contribuição da escrita, de pessoas que se dedicaram a combater, a fazer uma análise crítica de como se dá as relações raciais nesse país."
O lançamento do livro e da frente foram mais dois eventos de uma série que a Câmara vem promovendo ao longo da semana para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, no 20 de novembro, dia de Zumbi dos Palmares.
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