Radioagência

A Câmara está analisando proposta (PL 8120/17) que altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 6 de julho de 2015) para que as empresas disponibilizem funcionários capacitados para atendimento a pessoas com deficiência, principalmente visual e auditiva, que não conseguem ter informações adequadas sobre os produtos de seu interesse.

O projeto já foi aprovado pela Comissão de Defesa do Consumidor. O relator na comissão deputado André Amaral, do PMDB da Paraíba, lembrou que a lei já determina que as pessoas com deficiência sejam atendidas respeitando suas peculiaridades e a proposta vem reforçar esse compromisso da sociedade para a autonomia dessa parcela da população.

"Muitas vezes quem é portador de uma deficiência física ou auditiva ou visual deixa de ter acesso a determinado produto porque ele não tem alguém para explicar a ele, ou não tem uma bula ou um livro, ou uma pessoa que explique para ele dentro da linguagem dele para que ele possa ter acesso e ter certeza de o que ele está comprando é o que ele quer."

O gerente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos, Marcos Brito, afirmou que existe muita desinformação em relação a como se comunicar com pessoas com deficiência e por isso o treinamento dos funcionários de empresas de atendimento é importante.

"Especificamente no caso da surdez que envolve uma outra língua de comunicação as pessoas não veem uma diferença no padrão da estética física, mas quando percebem que não têm como acessar uma comunicação porque desconhecem essa outra língua, acabam impedidas de fornecer informações, de entrar em contato, de fazer uma interação com aquela pessoa surda."

O gerente de uma agência da Caixa Econômica Federal em Volta Redonda foi fotografado por uma cliente realizando um atendimento sentado no chão. A foto teve grande repercussão na Internet.

Luis Cláudio de Souza afirmou que se espantou com a repercussão porque não era a primeira vez que ele realizava o atendimento àquele cliente sentado no chão. O gerente disse ainda que recebeu treinamento da Caixa para atender as pessoas da maneira que fosse melhor para elas.

"A gente tem que se conscientizar de que quanto mais próximo a gente estiver daquelas pessoas que precisam da gente, que precisam do nosso atendimento e aí tanto faz você ser quem está atendendo quanto quem está sendo atendido, eu acho que isso é muito importante e a gente tem que ter essa cultura de tentar diminuir as diferenças, de nos tornarmos cada vez mais iguais e aí a coisa flui muito naturalmente."

O projeto que prevê capacitação para atendimento às pessoas com deficiência passa ainda pelas comissões de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e de Constituição e Justiça.