13/11/2017 12:35 - Educação
Radioagência
Participantes de audiência na Câmara defendem apoio à educação de jovens brasileiros que vivem no Japão
Mais de 185 mil brasileiros residem hoje no Japão. Cerca de 40 mil são menores de idade. E com obtenção do visto para os Yonseis, que são a 4ª geração de brasileiros descendentes de japoneses, o número tende a aumentar. E, com ele, as dificuldades por que passam as crianças brasileiras na hora de ir à escola no Japão.
Em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luiza Ribeiro Lopes da Silva, disse que a dificuldade do idioma japonês é um dos desafios da situação das escolas brasileiras no Japão:
"A situação do Japão é especial. A dificuldade do idioma, claramente, é muito maior do que nós verificamos em outros países com presença de comunidade brasileiras e tem sido um desafio muito grande para os pais e crianças e para o governo brasileiro."
Ainda de acordo com a diretora, outro problema é que uma grande parte das famílias não sabe se vai ou não ficar em caráter permanente no país:
"Essa decisão influencia o tipo de educação que darão aos filhos. Para aqueles que pensam em ficar alguns anos, ter experiência, atingir alguns objetivos financeiros e retornar ao Brasil, muitos deles matriculam [os filhos] em escolas brasileiras e acabam ficando. A decisão de permanecer no Japão vai sendo tomada aos poucos. Mais dois anos, mais um ano, mais cinco anos. E a decisão de colocar em escolas brasileiras ou japonesas é tomada sem que se tenha, ainda, o projeto migratório total."
O deputado Walter Ihoshi, do PSD de São Paulo, autor do requerimento de audiência pública que debateu a situação das escolas brasileiras no Japão (8/11), realizou, no mês de março, missão oficial ao Japão. Na ocasião, foi reivindicado pela comunidade brasileira residente no país um reforço às gestões do Itamaraty junto ao Ministério da Educação com vistas a mais apoio às escolas brasileiras no Japão a fim de supervisionar a qualidade do ensino oferecido.
O diretor de Relações Internacionais do Senado Federal e ex-cônsul-geral do Brasil em Tóquio, Marco Farani, afirmou que as comunidades imigradas podem ser bons ativos para o Brasil.
"O fato do Brasil ter comunidades imigradas é um ativo enorme para o governo brasileiro, e que o governo brasileiro, aparentemente, não se dá conta.(...) As comunidades imigradas são ativos econômicos, políticos, culturais e eu acho que o Brasil tem que (...) elaborar uma política muito mais sólida à procura de aproximação constante das nossas comunidades."
Em 2018, serão celebrados os 110 anos da imigração japonesa no Brasil, país que possui a maior comunidade de descendentes japoneses, com cerca de 1,9 milhão de pessoas.