18/10/2017 18:25 - Economia
18/10/2017 18:25 - Economia
Na semana em que taxistas e motoristas de Uber manifestaram ao Congresso Nacional sua posição sobre a regulamentação do setor, a Comissão Especial do Marco Regulatório da Economia Colaborativa, conceito em que se encaixam empresas como a Uber, realizou sua primeira audiência pública.
Segundo a professora e consultora Ana Lavaquial, economia colaborativa é uma forma diferente de praticar o capitalismo, com modelos de negócio que levam em conta o compartilhamento de bens e serviços que estejam ociosos, por meio de plataformas tecnológicas. As duas empresas pioneiras são a Uber, que oferece serviço de transporte, e a Airbnb, que oferece hospedagem. Nenhuma das duas possui bens. A Uber não tem carros; nem a Airbnb tem hotéis. Elas fazem apenas a intermediação entre quem tem esses ativos e quem precisa desses serviços, como explica Ana.
"O que ela faz é aproveitar, monetizar ativos ociosos, produtos que não são usados, espaços em casas e também tempo e capacidades de pessoas. Sei dar aula de violão, posso querer trocar aula de violão por uma consultoria em marketing, se essas duas pessoas tiverem tempo e capacidade de trocar essas habilidades. (...) Você pode se cadastrar numa plataforma e a pessoa que precisa do seu serviço cadastra ali uma necessidade e esse encontro é mediado por algoritmos que fazem esse encontro entre oferta e demanda de forma otimizada".
A questão levantada pelo deputado Thiago Peixoto, do PSD goiano e relator da comissão especial, diz respeito à reação das empresas tradicionais a esse novo modelo de negócios. No caso dos aplicativos de transporte, o projeto de lei aprovado pela Câmara e que agora está em discussão no Senado ganhou um viés proibitivo, na visão do deputado, e esse, ele diz, não deve ser o caráter da regulação da economia.
"Temos enfrentamento muito forte da economia tradicional com uma economia mais inovadora e aí o que se vê é uma disputa muito clara de interesses. Uma economia que se sente ameaçada que visa à regulação com intuito proibitivo, enquanto eu entendo que essa comissão tem que ver essa regulação como ferramenta de incentivo a essa nova economia que está nascendo. Como primeira lição da primeira audiência é isso: se vamos criar uma nova regulação, se será lei ou diretriz, estamos abertos a isso, que seja com bom critério de incentivar uma nova economia e não de restringir".
Para a Ana Lavaquial, a resposta não pode ser nem 8 nem 88, mas se aproximar do 45. E, para isso, é preciso haver diálogo entre as empresas que estão surgindo e as empresas já estabelecidas, pois o futuro tende a ser uma mistura entre esses dois modelos.
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