14/09/2017 20:23 - Política
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Deputados começaram nesta quinta-feira a avaliar o impacto e as estratégias que poderão ser adotadas em relação à nova denúncia contra o presidente da República, Michel Temer. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Temer dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que é preciso esperar o Supremo Tribunal Federal enviar a solicitação para instauração de processo à Câmara e cumprir o rito regimental como foi feito na primeira denúncia, que teve o seguimento negado pelo Plenário da Câmara.
"Eu sou o árbitro. Meu papel não é avaliar o mérito da denúncia, é respeitar a decisão da Procuradoria-Geral da República e do Supremo e, se a decisão do STF foi enviar à Câmara dos Deputados, cumprindo o Regimento encaminhar para a CCJ, a CCJ aprovar um relatório que seja contra ou a favor e o Plenário julgar".
A defesa do presidente Temer aposta na paralisação da denúncia pelo STF até que se decida sobre a delação dos executivos da J&F. Assim, a denúncia nem chegaria à Câmara. O pedido da defesa de Temer será julgado pelo Supremo Tribunal Federal na quarta-feira.
Foi o que disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP).
"O Mariz tá defendendo o seguinte: que qualquer tipo de denúncia como essa que saiu agora da procuradoria contra o Presidente da República que utilizar dessa fita que está sob investigação da própria procuradoria ela se paralise até decisão da procuradoria para dirimir essa dúvida com relação a essa fita"
Já o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) avaliou que a denúncia ganha força ao conter novos fatos da delação de Lúcio Funaro, apontado como operador de um esquema envolvendo parlamentares do PMDB na Câmara.
"A denúncia é extremamente forte e vem ainda mais fortalecida por uma nova delação, que é a delação do operador financeiro da organização criminosa de Temer, foi ele quem confessou ter aceito a proposta de 100 milhões de reais pagos por Joesley para que ocultasse os crimes praticados por Temer e pela sua organização criminosa."
A denúncia de Janot será agora analisada pelo ministro Edson Fachin, responsável no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Operação Lava Jato. Como aconteceu com a denúncia anterior, Fachin poderá encaminhar a denúncia para análise da Câmara, como prevê a Constituição.
Se isso ocorrer, o Plenário vai decidir se permite ou não que o processo seja analisado pela Justiça e Temer só será processado se 2/3 da Câmara for favorável ao andamento da denúncia.
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