Radioagência

Deputados do PT protocolaram nesta quarta-feira (05) representação contra o presidente da República, Michel Temer, na Procuradoria-Geral da República. No documento, os parlamentares pedem investigação contra Temer por suposta compra de votos para barrar a denúncia contra ele que tramita na Câmara por corrupção passiva.

De acordo com o vice-líder do PT, deputado Paulo Pimenta, um dos autores do pedido de investigação, o presidente Michel Temer utilizou o cargo para interferir na decisão de parlamentares e citou a agenda de reuniões de Temer com deputados às vésperas da análise da denúncia pela Comissão de Constituição e Justiça.

"Foram recebidos parlamentares indecisos ou parlamentares que não declararam votos. É necessário que a PGR tome providências. Lembro os senhores que Eduardo Cunha foi afastado dessa Casa porque em função do cargo que utilizava manipulava o processo legislativo e interferia no funcionamento das comissões"

Vice-líder do PMDB, o deputado Carlos Marun (MS), afirmou que a agenda de Temer com parlamentares faz parte da relação que ele mantém com o Congresso.

"O presidente sempre se destacou por um diálogo permanente com o Congresso. É absolutamente natural que esses dias ele mantenha esse diálogo obviamente que seria equivocado, especialmente numa hora dessa ele romper o diálogo com o Congresso. Esse diálogo continua e é uma das razões pelas quais nós não conhecemos derrota no parlamento".

Com base em gravações e delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F - que controla o frigorífico JBS e outras empresas -, Janot denunciou Temer ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de corrupção passiva. O procurador-geral analisa a possibilidade de oferecer outras denúncias, por obstrução da Justiça e organização criminosa.