17/05/2017 17:02 - Segurança
Radioagência
Comandante da FAB reforça necessidade de manter fluxo de recursos para setor
O comandante da Força Aérea Brasileira, Nivaldo Luiz Rossato, disse (nesta quarta-feira, 17) aos deputados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional que é necessário manter um fluxo de recursos para o setor para que os projetos estratégicos do país não parem. E citou como exemplos desde a manutenção de 170 pistas de pouso na região Amazônica até o desenvolvimento do cargueiro KC 390.
"Nós não temos ameaças no Brasil. Costumamos dizer que não temos ameaças. Porém, tenho certeza, as ameaças à nossa soberania, elas existem. Mas elas não vão falar, não vão dar aviso prévio. Elas vão aparecer de uma hora pra outra. Temos que estar preparados."
Rossato disse ainda que a Argentina está gastando doze vezes mais que o Brasil em projetos espaciais. Ele afirmou que o lançamento do primeiro satélite brasileiro no início do mês não esgota as necessidades do país. Segundo o comandante, existem planos para o lançamento de outro satélite semelhante e de microssatélites para comunicações e geração de imagens.
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini, de São Paulo, questionou o comandante sobre a intenção do governo brasileiro de privatizar parte dos serviços do novo satélite, mas Rossato disse apenas que o controle atual do satélite é totalmente brasileiro.
O comandante da Força Aérea explicou, porém, que é favorável à comercialização da base de Alcântara, no Maranhão, para o lançamento de satélites de qualquer país:
"A salvaguarda é indispensável. Porque nenhum país vai colocar os seus equipamentos aqui sem que tenha a garantia da salvaguarda desses equipamentos. Então Alcântara é um centro muito bem estruturado e é a melhor localização que existe no mundo para lançamento de satélites. Ele reduz expressivamente o gasto de combustível com aumento da carga útil do satélite. Então Alcântara está pronto há mais de 20 anos e ele precisa ser utilizado."
O deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) disse que o Brasil não pode perder o direito de fiscalizar nada em seu território:
"Uma coisa são acordos de salvaguardas, envolvendo proteção de tecnologia; outra coisa é soberania. É uma matéria que se sobrepõe a qualquer tipo de acordo de salvaguarda. É inadmissível ter uma instalação com caráter civil ou militar no nosso país que a gente não possa ter acesso, não possa ter poder de fiscalização."
Nivaldo Luiz Rossato também foi questionado se a decisão de comprar 36 caças de uma empresa sueca em 2015 teria sido política. O ex-presidente Lula é réu em uma ação do Ministério Público que apura a possibilidade de ele ter favorecido a empresa junto à ex-presidente Dilma Rousseff. Rossato afirmou que, entre as três opções da lista final, a escolha da ex-presidente foi a mesma da Força Aérea.
Ele disse que existe uma equipe de engenheiros brasileiros na Suécia por causa do acordo de transferência de tecnologia que foi feito e que o avião era o de melhor custo-benefício. 60% do avião terá fabricação nacional.
Como projetos futuros à espera de recursos, o comandante da Força Aérea citou um sistema de artilharia antiaérea e o desenvolvimento de aviões não tripulados.