20/04/2017 18:00 - Trabalho
20/04/2017 18:00 - Trabalho
O presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou na Câmara dos Deputados que a demissão de funcionários continua sendo estudada pela estatal. Segundo Campos, que participou de audiência pública promovida por diversas comissões, seria necessário demitir para ajustar a folha de pagamento e minimizar os prejuízos que somaram mais de R$ 4 bilhões em 2015 e 2016 e já são estimados em R$ 400 milhões no primeiro trimestre deste ano.
Em 2016, a empresa já havia anunciado um programa de desligamento incentivado (PDI) com a finalidade de desligar pelo menos 8 mil dos 117 mil funcionários, mas só 5,5 mil aderiram, o que já proporcionaria uma economia de R$ 700 milhões por ano.
"Fica aquém das necessidades da empresa e nós precisamos ter outras ações no sentido de enxugamento da máquina, principalmente nos setores administrativos. Não estamos falando de setores operacionais, mas administrativos. É uma necessidade da empresa. Um estudo encomendado por nós e validado pelo nosso departamento jurídico, de um processo de demissão motivado, ainda está na pauta."
A avaliação de Guilherme Campos é que os Correios não fizeram os ajustes necessários para se adaptar às mudanças trazidas pela tecnologia, que levaram à redução no fluxo de correspondências e abriram concorrência no setor de entrega de encomendas.
Guilherme Campos também elencou, como causa dos sucessivos déficits, a retirada de quase R$ 6 bilhões do caixa pelo governo federal, entre 2007 e 2013, a título de antecipação de dividendos.
Representantes dos funcionários dos Correios não concordam com a fala de Campos.
José Rivaldo da Silva, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect), afirmou que a empresa é viável.
"É importante que o presidente repense o que tem falado à imprensa. A gente corre risco de perder serviços que presta hoje. Quem vai apostar em uma empresa cujo presidente vai à imprensa falar que a empresa é inviável? Ou a gente melhora ou está fadado a assistir a um projeto que gera uma consciência na população de que tem que privatizar os Correios."
Guilherme Campos disse que o assunto privatização não está entre suas missões como presidente dos Correios, mas sim a recuperação da empresa.
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia e um dos parlamentares que sugeriram o debate, o deputado Paulo Magalhães, do PSD da Bahia, se comprometeu a encampar a luta contra uma possível privatização dos Correios.
Uma assembleia dos funcionários dos Correios com indicativo de greve geral está marcada para o próximo dia 26.
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