08/03/2017 17:39 - Política
Radioagência
Deputadas da base governista e da oposição criticam reforma da Previdência
Deputadas e senadoras da base governista e da oposição criticaram a reforma da Previdência (PEC 287/16), em sessão solene do Congresso Nacional em comemoração ao Dia Internacional da Mulher nesta quarta-feira (8) no Plenário do Senado. Na sessão, houve "apitaço" durante um minuto, em solidariedade à greve internacional das mulheres, que ocorreu no Brasil e em mais 50 países, em prol de mais direitos femininos.
A deputada Laura Carneiro, do PMDB do Rio de Janeiro, foi uma das que criticou a reforma da Previdência, por "penalizar mais as mulheres do que os homens". A reforma iguala em 65 anos a idade prevista para a aposentadoria dos dois sexos.
A deputada Benedita da Silva, do PT carioca, criticou tanto a reforma da previdência quanto a trabalhista, apontando a jornada dupla de trabalho das mulheres, por conta dos trabalhos domésticos, e a diferença salarial:
(6:54 - 7:15) "Porque nós sabemos também que as mulheres negras ganham 40 por cento menos do que os homens brancos. Se nós mulheres como um todo, ganhamos menos do que os homens, as mulheres negras ganham muito menos. Este é o nosso 8 de março. Por isso não à reforma trabalhista."
Única mulher titular na comissão especial da reforma da Previdência da Câmara, a deputada Jandira Feghali, do PCdoB carioca, apontou o risco de retrocesso nos direitos das mulheres no governo Michel Temer. Ela criticou, por exemplo, a retirada, pelo governo, do status de ministério da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
Na sessão solene, várias deputadas e senadoras também criticam a baixa representação feminina no Parlamento e pediram a aprovação de cota para mulheres no Legislativo (PEC 134/15). Foi o caso da deputada Professora Marcivania, do PCdoB do Amapá.
(7:38 - 8:05) - "O Brasil tem menos mulheres no Legislativo do que qualquer país do Oriente Médio. Nove por cento de representação feminina na Câmara dos Deputados e 13 por cento nesta Casa nos coloca entre os países de menor representação política feminina no mundo. É centésimo décimo sexto país num ranking de 190 países."
Na sessão solene, cinco mulheres que contribuíram para a defesa dos direitos femininos no Brasil receberam o prêmio Bertha Lutz, que está em sua décima sexta edição. Foram homenageadas: Denice Santiago Santos do Rosário, major da Polícia Militar da Bahia, comandante da Ronda Maria da Penha - dedicada à prevenção da violência contra a mulher; Diza Gonzaga, que após a morte do filho criou a Fundação Thiago Moraes Gonzaga, para promover ações de prevenção à violência no trânsito; Isabel Cristina de Azevedo, embaixadora do Brasil na República da Sérvia; Raimunda Luzia de Brito, professora universitária e ex-presidente do Coletivo de Mulheres Negras do Mato Grosso do Sul; e a jornalista e escritora Tatiane Bernardi.