Radioagência

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse estar tranquilo em relação ao processo a que responde no Conselho de Ética. Nesta terça-feira, o relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), leu seu parecer favorável ao prosseguimento do processo sobre suposta quebra de decoro parlamentar por parte do presidente da Câmara. Mas o relatório só será votado na próxima semana por conta de um pedido de vista coletiva.

Segundo Eduardo Cunha, a questão é de natureza política.

“Eu estou absolutamente tranquilo, acho que a representação é absolutamente pífia, ela apenas repete os trechos da acusação. Para você considerar que trecho de acusação feita pelo Ministério Público gere processo por quebra de decoro, tem 160 parlamentares aqui que respondem a inquérito no Supremo Tribunal Federal. Então, não tem nem por que 160 representações, se essa tese dele fosse correta. Então, estou tranquilo. Isso faz parte do processo."

O presidente Cunha destacou que todas as iniciativas do caso foram delegadas a seu advogado, Marcelo Nobre, que deverá questionar a suspeição do relator.

"Tem muitos pontos que meu advogado vai contestar. Obviamente, em casos semelhantes, o relator foi substituído. Então é claro que vai ser objeto de recurso. Tem muitas coisas a serem explicadas. Do meu ponto de vista, o relator é suspeito."

Eduardo Cunha também negou qualquer acordo para manter seu mandato e, quando questionado por jornalistas sobre eventual renúncia, foi enfático ao descartar a hipótese.

"Nenhuma hipótese. Eu não vou ficar repetindo todo dia a mesma coisa. Então, não há qualquer hipótese, é uma perda de tempo vocês, todo dia, fazerem a mesma pergunta e especularem a mesma coisa. Não há essa possibilidade."

Quanto à obstrução das votações, anunciada pela oposição, Cunha comentou que os efeitos serão sentidos nas sessões do Congresso, que são a prioridade da semana.

Nesta terça, líderes do Psol, PSDB, PPS, Rede e DEM decidiram que não vão mais participar das reuniões do Colégio de Líderes e que vão obstruir as sessões do Plenário, enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, conduzir os trabalhos.