02/07/2015 22:10 - Política
02/07/2015 22:10 - Política
O empresário Auro Gorentzvaig, ex-proprietário da Petroquímica Triunfo, disse em depoimento à CPI da Petrobras que a família dele perdeu o controle da empresa depois de uma operação que teve participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para beneficiar a Odebrecht.
Segundo ele, o objetivo da operação era dar à Odebrecht o monopólio do setor, principalmente na fabricação de plásticos e outros produtos derivados do petróleo. A Petrobras teria vendido sua parte na Triunfo para a Braskem, que pertencia à Odebrecht, que depois assumiu o controle acionário.
Além de Lula, ele acusou a então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras, Dilma Rousseff, o ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
A família do empresário tenta na Justiça reverter a perda do controle acionário da Triunfo, ocorrida em 2009.
"O que é uma vergonha é o que o presidente Lula fez um monopólio. As únicas pessoas que estão sendo vantageadas são os parceiros da Braskem e da Odebrecht. O resto todo mundo reclama."
Gorentzvaig também acusou a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por valores acima do valor de mercado e repassado depois o controle para a Odebrecht, dona da petroquímica Braskem.
Segundo ele, a Petrobras comprou a empresa Suzano Petroquímica por R$ 6 bilhões e depois repassou a empresa para a Braskem por R$ 2,5 bilhões.
"Como é que se transfere, num prazo de 90 dias, a Petrobras entra no mercado, compra o mercado e aí transfere o mercado inteiro para a Odebrecht. Então, esse valor que foi pago de R$ 6 bilhões pela Petrobras foi transferido pra Odebrecht por R$ 2,5 bilhões. Eu tenho aqui a avaliação do Bradesco."
O depoimento do empresário foi questionado pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro.
"Não basta falar. Tem que comprovar. E partindo de alguém que tem interesses contrariados do ponto de vista empresarial porque perdeu espaço, e ele colocou várias vezes aqui que ele estava expressando a sua revolta."
Além do empresário, a CPI da Petrobras ouviu, em reunião reservada, os depoimentos de dois policiais federais envolvidos em um caso de escuta clandestina do doleiro Alberto Youssef, que está preso em Curitiba e é um dos principais delatores da Operação Lava Jato.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Hugo Motta, do PMDB da Paraíba, a investigação do caso é importante para que as investigações da Operação Lava Jato não sejam questionadas por conta de provas ilegais.
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