21/05/2015 15:45 - Política
Radioagência
Pedido de exumação do corpo de ex-deputado é suspenso na CPI da Petrobras
Hugo Motta avisou os membros da comissão, na quarta-feira, que iria pedir a exumação depois de receber informações de que Janene poderia estar vivo. A suspeita, segundo ele, teria partido da viúva do ex-deputado, Stael Janene.
A iniciativa foi criticada por membros da CPI e a própria viúva de Janene negou, em um perfil em rede social, que tivesse levantado suspeitas sobre a morte do marido.
O presidente da CPI concordou em não pedir a exumação depois de receber apelos da família do ex-deputado. Mas informou que poderia dar prosseguimento ao pedido se a família não comprovar que Janene está morto: "Eu falei com a filha do senhor José Janene ontem à noite e recebi o advogado de sua ex-esposa. Ele me fez um apelo que tem como me encaminhar as documentações que comprovam realmente que o senhor José Janene morreu e, atendendo o apelo da família, que nesse momento deve ser levado em conta pelo respeito que nós temos que ter a todo e qualquer cidadão, independente do problema, nós vamos aguardar essas informações. Em sendo necessárias e subsidiadas com aquilo que venha a desfazer a informação que chegou até nós, nós levaremos em consideração. Caso não, seguiremos com o processo de exumação".
A exumação de José Janene não foi a única polêmica na CPI da Petrobras. O depoimento do executivo Gerson Almada, da empresa Engevix, foi cancelado depois que ele informou aos membros da comissão que usaria seu direito de permanecer calado e não responderia as perguntas.
A Engevix é acusada de participar do cartel de empresas que pagava propina a diretores da Petrobras e partidos políticos em troca de contratos. Em depoimento à Justiça, Almada disse que foi coagido a pagar propinas para não perder os contratos.
Nesta quinta, um empresário ligado a ele foi preso em mais uma fase da Operação Lava Jato. Milton Pascowitsch é suspeito de ser o intemediário do pagamento de propina da Engevix para partidos políticos. Como Almada se recusou a responder perguntas, foi liberado pelo presidente da CPI, o que gerou protestos de integrantes da comissão, como o deputado Ivan Valente, do Psol de São Paulo: "Então se todo depoente que vier falar disser que vai exercer seu direito constitucional você libera na hora, então isso vai virar uma rotina, uma desmoralização para a CPI".
A decisão de liberar o depoente que se recusava a falar foi apoiada pelo relator da CPI, deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro: "Se o convidado depoente opta pelo direito constitucional de ficar em silêncio e as pessoas querem ficar fazendo discurso, o local mais adequado para o discurso é o plenário da Câmara dos Deputados".
Na semana que vem, a CPI pretende ouvir os depoimentos de onze pessoas investigadas pela Operação Lava Jato.