15/12/2014 17:50 - Administração Pública
Radioagência
CPMI da Petrobras decide relatório final na quarta-feira
A reunião da CPMI da Petrobras foi transferida para as 14h30
Parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras vão decidir, na manhã desta quarta-feira (17), a versão final do relatório sobre as investigações realizadas nos últimos sete meses.
O texto proposto pelo relator, deputado Marco Maia (PT-RS), sem menção a agentes políticos, pede para o Ministério Público (MP) aprofundar a investigação dos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa, de Abastecimento; Nestor Cerveró, da Área Internacional; e Renato Duque, da Área de Serviços, além de outras 49 pessoas.
O relatório também aponta superfaturamento de mais de 4 bilhões de dólares na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e contesta avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU), de que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, deu prejuízo de quase 800 milhões de dólares.
Já os parlamentares da oposição querem aprovar relatório alternativo com indiciamento de pelo menos oito pessoas, inclusive políticos. Na sexta-feira (12), a liderança do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (DEM-PE), pediu proteção da Polícia Federal para ex-gerente da Petrobras que havia denunciado as irregularidades na empresa muito antes de as investigações policiais terem desvendado o esquema de corrupção na estatal.
O deputado ressaltou, porém, que o fim dos trabalhos da comissão não significa o fim das investigações.
"A CPMI não encerra o seu trabalho porque acabaram-se as investigações. Ela encerra o seu trabalho porque a Constituição prevê que não podemos estender uma CPMI de uma legislatura para outra. Há uma necessidade no futuro de se continuar o processo de investigação que, certamente, vai envolver o Parlamento brasileiro".
Os partidos da oposição estão trabalhando em um relatório paralelo. Segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), escolhido para redigir o texto, o relatório apresentado pelo deputado Marco Maia na quarta-feira (10) "pegou leve demais".
"O relatório deixou a desejar. O relator, usando uma expressão mais simples, pegou leve demais numa investigação seriíssima e com consequências graves. Portanto, nós estamos apresentando na próxima quarta-feira (17) um relatório paralelo de todas as oposições".
No relatório alternativo da oposição, também poderá constar o indiciamento do deputado Luiz Argôlo (SD-BA), do deputado cassado André Vargas, sem partido do Paraná, do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e de executivos da empresa Toyo Setal.
O deputado oposicionista Onyx Lorenzoni (DEM-RS) já apresentou um voto contrário ao texto de Maia para incluir a recomendação da saída imediata da atual presidente da estatal, Graça Foster, e da substituição de toda a diretoria da empresa.