Política e Administração Pública

Cunha reitera que o PMDB deve sair da base do governo

Oferta de ministérios ao partido não muda a posição do presidente da Câmara sobre a relação entre o PMDB e o Executivo

23/09/2015 - 11:58   •   Atualizado em 23/09/2015 - 19:13

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara, dep. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) concede entrevista
Eduardo Cunha voltou a ressaltar que não fará nenhuma indicação de nome de ministro

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse há pouco que a decisão da presidente Dilma Rousseff de oferecer novos ministérios ao PMDB, como parte de uma reforma administrativa, não muda a sua opinião de que o partido deve deixar logo a base aliada ao Executivo. Ele voltou a deixar claro que não participará de nenhuma indicação de nomes para ministérios.

Diante do comentário de repórteres de que parlamentares do PMDB cotados para assumir ministérios seriam ligados a ele, Cunha respondeu: “Toda a bancada é próxima a mim, mas não terei qualquer participação em indicações para ministérios. Defendo que o PMDB saia logo da base aliada ao governo”, ressaltou.

Cunha lembrou que, na última convenção do PMDB que tratou do assunto, 42% dos representantes do partido já haviam ficado contra a aliança com o governo. Segundo ele, a tendência é a de que esse índice aumente.

O presidente disse que a reforma ministerial não deverá facilitar as votações na Câmara: "Quem está contra vai continuar contra; quem está a favor já estava a favor. O que vai se ter talvez é que aqueles que estavam a favor podem ter um pouco mais de empenho. Por exemplo, diz que está a favor, mas não fica aqui para votar muitas vezes; mas eu não vejo como nenhuma mudança neste cenário. É mais um movimento do governo de fidelizar aqueles que considera a sua base. E essa fidelização vai se dar em cima do mesmo número."

Vetos e campanhas
Cunha disse, também, que a tendência do Congresso é manter o veto presidencial ao reajuste dos salários do Poder Judiciário. Esse veto acabou não sendo analisado em sessão que entrou pela madrugada de hoje. Ao mesmo tempo em que se critica a proposta do governo de recriação do CPMF, é preciso, segundo Cunha, evitar novas despesas, pois caso contrário “seria falta de coerência”.

O presidente da Câmara voltou a ressaltar a sua posição favorável ao financiamento privado de campanhas eleitorais. Ele disse que, caso a presidente Dilma vete o ponto da minirreforma eleitoral que aprovou essa possibilidade, ele irá querer que os vetos sejam apreciados imediatamente.

Ao participar na Câmara da abertura do seminário “Fomento ao Turismo: oportunidade de desenvolvimento para o País”, Cunha disse que poderá colocar em votação na próxima semana propostas de incentivos fiscais para o setor, a exemplo do Projeto de Lei 5559/09, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ). Segundo ele, é preciso aproveitar este momento de desvalorização do Real para trazer mais turistas ao País.

Reportagem – Silvia Mugnatto
Edição – João Pitella Junior

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