Política e Administração Pública

Bancos sabiam da origem ilícita dos depósitos, afirma Pedro Barusco

10/03/2015 - 18:47  

Zeca Ribeiro / Câmara
Oitiva com Pedro José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, da Polícia Federal
Barusco conseguiu ao todo 97 milhões de dólares em propina.

No depoimento à CPI da Petrobras, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco admitiu ter recebido cerca de US$ 70 milhões em propinas de 2003 a 2011, quando trabalhava na Petrobras, e entre 2011 e 2013, período em que ocupou uma diretoria na empresa privada Setebrasil, constituída para construir sondas de perfuração do pré-sal e financiada com recursos públicos – do BNDES e fundos de pensão. Este dinheiro, depositado em contas no exterior, rendeu outros US$ 27 milhões, o que totalizou US$ 97 milhões.

Esse dinheiro, segundo ele, será repatriado para o Brasil, para fazer valer o acordo de delação premiada que ele fez com a Justiça do Paraná, no inquérito conduzido pelo juiz Sérgio Moro, no âmbito da Operação Lava Jato.

O delator do esquema de corrupção na Petrobras disse que os bancos tinham conhecimento da origem ilícita dos depósitos. Entre os bancos mencionados por Pedro Barusco estão: HS Republic, HSBC, Safra, Cramer (da Suíça), Royal Bank of Canada e Delta – este último indicado pelo operador Zwi Zcorniky (que trabalhava para o estaleiro Kepel Fels.

Ele acrescentou que cada empresa que participava do esquema tinha um operador próprio. Ele mencionou os nomes de Shinko Nakandakari (operador da Galvão Engenharia, EIT e Contreiras) e Mário Goes (operador da UTC, MPE, OAS, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Schain, Carioca e Bueno Engenharia). Nos depoimentos, ele menciona ainda Júlio Gerin de Almeida Camargo (operador da Toyo e da Camargo Correia).

Reportagem - Antônio Vital
Edição - Newton Araújo

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