Educação, cultura e esportes

Ministro faz avaliação positiva do planejamento dos Jogos Olímpicos de 2016

19/11/2014 - 19:03  

Lúcio Bernardo Jr/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre a organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ministro do Esporte, Aldo Rebelo
Rebelo admitiu que há preocupação de entregar a tempo os equipamentos para os testes do Comitê Olímpico.

O planejamento dos Jogos Olímpicos de 2016 teve avaliação positiva do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, durante audiência nesta quarta-feira na Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados. Ele destacou os avanços nas obras do centro olímpico da Barra da Tijuca e do parque olímpico de Deodoro (60% concluído), ambos na zona oeste do Rio de Janeiro.

O ministro admitiu, no entanto, que há preocupação com o tempo, no sentido de entregar todos os equipamentos esportivos prontos para os eventos-testes do Comitê Olímpico Internacional.

Em entrevista após a audiência, Aldo Rebelo voltou a contestar as notícias de que houve atrasos na entrega de obras da recente Copa do Mundo da Fifa, no primeiro semestre deste ano, e ressaltou que alguns legados dos Jogos Olímpicos já estão sendo antecipados.

Legado
"As obras da Copa que integravam a matriz acertada com a Fifa foram entregues. As obras que não foram entregues são as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que estavam previstas antes da Copa e foram incorporadas na matriz de responsabilidade com a preocupação de serem antecipadas. Algumas foram entregues mesmo parcialmente, como o Veículo Leve sobre Trilhos de Cuiabá”, afirmou o ministro.

“E quanto ao legado olímpico, nós estamos antecipando não apenas algumas obras de mobilidade no Rio de Janeiro, mas, principalmente, as obras de infraestrutura para a prática esportiva", acrescentou.

Entre esses "legados antecipados", o ministro do Esporte cita algumas das 10 mil quadras escolares e 285 centros de iniciação ao esporte que já começam a ser entregues em todo o País. Ele frisou que, apesar de sediada no Rio, a Olimpíada terá impacto nacional.

Segurança
Segundo o ministro, a segurança nas olimpíadas será garantida por meio do aperfeiçoamento do Centro de Comando e Controle, já usado na Copa. Aldo disse o que será feito para evitar a repetição de episódios como o da ostentação de fuzis feita por traficantes dentro de uma piscina de uma vila olímpica do Rio de Janeiro (em Honório Gurgel), ocorrida em outubro.

"Em primeiro lugar, prevenindo a ação do crime organizado em qualquer circunstância; e, em segundo, ter uma ação voltada para a proteção dos equipamentos olímpicos, já que é uma responsabilidade internacional assumida pelo Brasil", destacou.

Investimentos
Aldo Rebelo ressaltou os investimentos contínuos em esporte proporcionados pela Copa e pela Olimpíada de 2016. Por meio do orçamento de R$ 1 bilhão do Programa Brasil Medalhas (a ser aplicado no período 2013 a 2016), por exemplo, o Brasil almeja ficar entre os 10 primeiros colocados nos Jogos Olímpicos do Rio e entre os cinco primeiros dos Jogos Paraolímpicos.

Também informou que foram investidos R$ 1 bilhão oriundos da Lei de Incentivo ao Esporte, entre 2007 e 2013; R$ 950 milhões oriundos da Lei Agnelo/Piva; R$ 521 milhões do Programa Bolsa Atleta, desde 2005, beneficiando mais de 7 mil atletas em diversas categorias.

Elogios
De forma geral, os deputados da Comissão de Esporte elogiaram o planejamento olímpico brasileiro, como sintetiza o deputado Marcelo Matos (PDT-RJ), um dos autores do convite para a audiência pública com o ministro.

"Visitamos as obras da Olimpíada e ficamos muito satisfeitos e impressionados com a velocidade”, observou. “Acreditamos que o Rio de Janeiro estará sediando um dos maiores eventos esportivos do mundo com muito sucesso."

Infraestrutura
O deputado Romário (PSB-RJ) aproveitou a audiência para pedir ao Ministério do Esporte acompanhamento da aplicação dos U$ 100 milhões que a Fifa deverá destinar à infraestrutura esportiva e ao futebol feminino como legado da Copa do Mundo. Romário manifestou preocupação com o fato de a gerência desses recursos estar apenas sob o controle da CBF.

Aldo Rebelo afirmou que o ministério não pode gerir tais recursos, mas já sugeriu que eles sejam aplicados em locais onde já existam investimentos públicos, a fim de potencializá-los. Os recursos da Fifa devem ser liberados mediante a apresentação de projetos apresentados pela CBF.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Newton Araújo

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