Educação, cultura e esportes

Deputados e artistas defendem participação de animais e crianças no circo

09/07/2013 - 19:51  

Alexandra Martins / Câmara dos Deputados
Audiência pública para debater as propostas voltadas à atividade circense. Dep. Evandro Milhomen (PcdoB-AP)
Milhomen: os animais fazem parte da história do espetáculo e são adorados pelo público.

Deputados e artistas defenderam, nesta terça-feira (9), a participação de animais e crianças nos espetáculos circenses. O tema foi debatido em audiência pública da Comissão de Cultura.

Atualmente, nove estados brasileiros proíbem as apresentações com animais nos circos. Na Câmara, um projeto (PL 7291/06) pronto para ser votado pelo Plenário estende a restrição a todo o País. Para o deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), no entanto, o uso de bichos nas atividades circenses não pode ser criminalizado, pois se trata de uma tradição cultural dessa arte.

"Nós crescemos vendo animais no circo tratados com carinho e responsabilidade. Não podemos, de uma hora para outra, tirar essa atração, que é adorada pelas crianças e faz parte da história do espetáculo. É um assunto que pode ser tratado sem violência, fundamentalismo ou ignorância", afirmou Milhomen, que solicitou o debate em conjunto com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Trabalho artístico
A participação de crianças em espetáculos circenses como suposta forma de trabalho infantil foi outro ponto polêmico discutido durante a reunião. Três propostas (PL 3974/12, PL 4253/12 e PL 4968/13) em análise na Câmara permitem que meninos e meninas realizem trabalhos artísticos.

Favorável à presença das crianças no picadeiro, a presidente da União Brasileira do Circo, Marlene Querubim, ressaltou que é comum o artista de circo começar a carreira desde a infância. "Como uma contorcionista, que tem de começar sua atividade aos cinco, seis anos de idade, vai iniciar os treinamentos aos 18, 19 anos. É impossível. Trata-se de um saber passado de pai para filho, inerente ao artista”, argumentou. “Na verdade, a criança pequena brinca de circo. Ela só vai se tornar realmente um profissional - seguindo carga horária e outras exigências - quando for adulta”, complementou.

Entre outras dificuldades apontadas por deputados e artistas circenses, está a falta de um recenseamento oficial do número de profissionais do segmento, uma vez que eles geralmente não moram em endereço fixo. A União Brasileira do Circo estima a existência de 2.500 circos e 30 mil artistas em todo o País.

Da Reportagem/MO

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