Economia

Comissão de Fiscalização Financeira vai debater exploração de nióbio no Brasil

26/11/2013 - 09:53  

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle discute nesta tarde a exploração e exportação de nióbio (elemento químico utilizado principalmente em ligas de aço para a produção de tubos condutores de fluidos).

O deputado Edio Lopes (PMDB-RR), que solicitou a audiência, argumenta que o nióbio envolve uma situação de estratégia econômica para o País. “É necessário acompanhar, fiscalizar e esclarecer a política adotada na produção do nióbio brasileiro, principalmente no que se refere à exportação”, destaca.

Atualmente, afirma o deputado, existe um debate envolvendo a produção de nióbio no País. O metal é empregado em vários segmentos da indústria, tais como os de automóveis, equipamentos médicos, bélicos e nucleares. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil é responsável por 98% das reservas de nióbio conhecidas no mundo.

No Brasil, três empresas respondem pela totalidade da produção do nióbio, de acordo com informações de Lopes. Estão localizadas em Minas Gerais, Goiás e Amazonas. A Anglo American, empresa britânica instalada em Catalão (GO), é a segunda maior produtora de nióbio no Brasil. A empresa estima um crescimento de 6% ao ano. Conforme dados divulgados, a divisão do nióbio respondeu por uma receita de US$ 173 milhões (aproximadamente R$ 377 milhões) em 2012, com lucro operacional de US$ 81 milhões (aproximadamente R$ 176 milhões).

Atuação do governo
Lopes ressalta que os críticos do modelo atual de exploração do nióbio no Brasil cobram uma maior atuação do governo federal, defendendo o controle do preço de comercialização do produto. Em alguns casos eles pedem até mesmo a estatização da produção, pois quem consome o nióbio são empresas transnacionais superespecializadas que devem fazer pressão para ter um produto a um preço acessível.

Segundo o deputado, “alguns analistas afirmam que, se o Brasil ditasse o preço do produto, poderia ganhar até 50 vezes mais do que recebe atualmente”. Ele cita o exemplo da China em relação à produção de terras-raras.

Convidados
Foram convidados para a audiência:
- o diretor financeiro dos Negócios Fosfato e Nióbio da Anglo American Brasil, Mauro Meinberg; e
- o diretor de operações de Nióbio da Anglo American Brasil, Paulo Minsk.

A audiência pública será realizada no Plenário 9, a partir das 14h30.

Da Redação – ND
Colaboração – Caroline Pompeu

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