Deputado critica fim de ministério e defende investimentos em agricultura familiar
08/06/2016 - 14:16 • Atualizado em 08/06/2016 - 16:18
A agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros e por isso precisa de uma atenção maior do que a agricultura empresarial. A avaliação foi feita pelo deputado Heitor Schuch (PSB-RS), presidente da Frente Parlamentar Mista da Agricultura Familiar, em mostra realizada na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (8).
Schuch afirmou que não concorda com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário e sua fusão com o antigo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, constituindo o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
“O governo quer fazer economia e trocar um ministro por secretário e, na nossa leitura, está economizando no lugar errado. Vai mudar o nome e talvez a política, mas não queremos que o nome seja mais importante que a agricultura em si", afirmou o parlamentar.
"O fundamental é que o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF) e o Seguro de Agricultura Familiar (Seaf) sejam reforçados, e não diminuídos”, ressaltou.
“Se o ministério já teve dificuldade para atender todas as demandas da agricultura, a secretaria, sendo menor do que o ministério, não vai conseguir atender”, acrescentou.
Mostra
A Mostra da Agricultura Familiar: Segurança Alimentar e Nutricional foi promovida pela Frente Parlamentar Mista da Agricultura Familiar com o objetivo de levar a identidade da agricultura familiar, o que ela produz e onde é produzida.
O evento contou com painéis de fotos, mesas com produtos da agricultura familiar: verduras, frutas, mel e outros, além de vídeo sobre a importância desse setor.
Políticas públicas
Os participantes do evento defenderam iniciativas de políticas públicas que devem ser implantadas na área rural como: serviços de telefonia fixa e móvel, a sucessão rural através de um apoio para que o jovem continue no campo e também dar força à energia elétrica.
Além dos parlamentares, várias entidades estiveram presentes no evento, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Federações dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) e Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
Para a assessora legislativa da Contag, Adriana Fetzner, a mostra é uma forma de dar visibilidade para o setor, que corre risco de perder algumas políticas públicas com a extinção do ministério. Segundo ela, é um modo também de mostrar a evolução da dinâmica da agricultura familiar, responsável por gerar um grande número de empregos.
Com mais de 4 milhões de estabelecimentos familiares em território nacional, a agricultura familiar responde hoje por 38% do Produto Interno Bruto Agropecuário do País, o equivalente a um montante de R$ 54 bilhões por ano. Entre os principais alimentos produzidos pela cultura familiar estão a mandioca, o feijão, o milho e o café.
Reportagem – Tissyane Scott
Edição – Newton Araújo