Política e Administração Pública

Começa audiência da CPI da Petrobras que ouvirá o empresário Ricardo Pessoa

15/09/2015 - 14:29  

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Começou há pouco a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras convocada para ouvir os depoimentos do empresário Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, e de outras duas pessoas: Sandra Raphael Guimarães, funcionária da UTC, e Roberto Mendes, executivo da empresa italiana Saipem.

O quarto convocado, o empresário italiano Giorgio Martelli, ex-executivo da Saipem, alegou que está na Espanha e não vai comparecer.

Pessoa e Sandra Guimarães estão amparados por um habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que dá a eles o direito de não responder as perguntas dos deputados.

Os advogados de Pessoa chegaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal que a sessão da CPI fosse secreta, mas o pedido foi indeferido pelo ministro Zavascki. Mas existe a possibilidade de a audiência ser reservada – a depender de acordo com os deputados.

Campanha presidencial
Pessoa é apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) como o coordenador do cartel de empreiteiras que pagava propinas a diretores, políticos e partidos em troca de contratos. É a terceira vez que a CPI marca o depoimento do empresário, convocado a pedido de dez deputados, a maioria deles da oposição.

A presença dele é uma das mais aguardadas pela CPI em razão da menção que ele teria feito, em depoimentos ainda mantidos em sigilo, a respeito das campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, Pessoa disse na Justiça que repassou R$ 3,6 milhões ao Partido dos Trabalhadores (PT), dinheiro que teria sido usado na campanha de Dilma Rousseff. O comitê de campanha de Dilma negou a informação.

Em junho, a revista Veja informou que Pessoa teria mencionado 18 políticos como beneficiários de dinheiro desviado da Petrobras.

A UTC e a Constran, empresa do grupo do empresário, tinham contratos de mais de R$ 14 bilhões com a Petrobras. Ele é acusado de pagar propina usando contratos de duas empresas de fornecimento de tubos e conexões, a Sanko Sider e a Sanko Serviços.

Pessoa foi denunciado por lavagem de dinheiro e corrupção junto com sua funcionária Sandra, a segunda depoente de hoje.

Saipem
O terceiro depoente de hoje é o executivo Roberto Mendes, ex-diretor de operações da Saipem, empresa italiana acusada de pagar propina a diretores da Petrobras em troca de contratos para a construção de um gasoduto na bacia de Santos.

A CPI ouviu, em Curitiba (PR), o empresário João Antonio Bernardi Filho, preso acusado de intermediar pagamento de propina da Saipem para o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque. Bernardi se recusou a responder as perguntas.

De acordo com o MPF, o empresário ofereceu a propina a Duque para que a Saipem vencesse a licitação da Petrobras para a instalação do gasoduto submarino de interligação dos campos de Lula e Cernambi, localizados na Bacia de Santos.

A reunião ocorre no plenário 3.

Reportagem - Antonio Vital
Edição - Newton Araújo

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